quarta-feira, 10 de setembro de 2014

DILMA ENFRENTA MARINA, AMPLIA VANTAGEM NO RIO E CRESCE EM SÃO PAULO


A candidata à reeleição Dilma Rousseff sentiu no queixo o soco cruzado desferido por Marina Silva (PSB) na sua chegada à disputa presidencial. E como qualquer pugilista, a petista engoliu o choro, o grito de dor, levantou a guarda e partiu para o ataque. Resultado: absorveu o golpe no Rio e manteve intacto São Paulo, espécies de fígado e baço na disputa eleitoral. Saiba mais.

Marina Silva é um fenômeno político comparável à Fernando Collor de Mello em 1989. Candidato da direita e dos meios de comunicação naquela ressaca pós ditadura, o então governador de Alagoas usufruía a exposição midiática extrema, enquanto os principais concorrentes, Lula e Brizola, experimentavam o limbo. Eleito, Collor foi abandonado pelos próprios protetores quando parou de atende-los.

Marina não é diferente. Embora sua entrada em cena tenha se dado por razões alheias à sua vontade (a morte de Eduardo Campos em acidente aéreo), a candidata do PSB presta papel importante para a mesma direita e os mesmos grupos midiáticos: dá sobrevida à candidatura de Aécio. Mas Marina, acima de tudo, representa o conservadorismo por ela mesmo: encarna forças reacionárias da Igreja Evangélica e a ganância insaciável de banqueiros.

Dilma, herdeira política de Lula, a quem se atribuiu a mais popular na era pós-Getúlio Vargas, por um instante anteviu o projeto da reeleição em vias de naufragar. O momento mais frágil foi quando, em entrevista no Jornal Nacional, testemunhou seus oponentes (não se pode confundi-los com repórteres) enfrenta-la de maneira nada cordial e desrespeitosa até. Dedo em riste, pressionavam a mulher como se quisessem dela extrair confissão de ré em processo desconhecido.

Agora, vacinada, parte para o ataque. Recusou a ida ao Jornal da Globo e, ato contínuo, percebeu que Marina também tem pés de barro. Assuntos como casamento gay, apoio de uma banqueira para seus projetos pessoais e até mesmo a dificuldade em falar em gestão pública são temas desfavoráveis à Marina. Mais ainda: quando a candidata do PSB fala em independência do Banco Central, Dilma age para que seja vista como porta-voz da amiga banqueira, e não como gestora da economia.


Dilma está muito próximo de chegar ao quinto round com amplas condições de vitória. Mas deve enxergar mais adiante. Não mexer na estrutura do seu governo, especialmente na Comunicação, vai torna-la, mais uma vez, frágil e dependente dos lapsos de jornalismo que a mídia conservadora lhe oferece. Ou abarca em definitivo neste universo da Comunicação as novas mídias, ou se tornará alvo fácil do dedo em riste no próximo ciclo. Se ele vier.


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