Parece
inacreditável, mas até hoje, passados 15 dias da queda do avião que matou o
então candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos e outras seis pessoas,
ainda não se sabe quem é o verdadeiro dono do jato acidentado.
Não
bastassem as sete mortes, o absurdo da situação é tamanho que nem os moradores
cujas casas foram atingidas pelo aparelho sabem ao certo quem, de fato, irão
responsabilizar pelos prejuízos que tiveram.
E olha que
não era um avião qualquer. Era um Cessna Citation 560 XL, seminovo, avaliado em
quase R$ 20 milhões e que levava, entre outros, uma pessoa que poderia se
tornar presidente do País. A aeronave
como se sabe estava desde maio à disposição da campanha do PSB.
Nele viajou
também, várias vezes, Marina Silva, sucessora de Campos na campanha e, até o
dia do desastre, a sua vice na chapa. Estranha ou convenientemente, ela, até
agora, não explicou nada a ninguém sobre a paternidade do avião. Muito menos
deu detalhes sobre as condições financeiras que permitiram que o tal jato
fossem parar em sua campanha.
A nota
distribuída pelo PSB sobre o assunto é superficial e pouco esclarecedora. A
começar pelo que mais interessa: quem é o dono? Depois não explica quem pagava
os salários dos pilotos; se eles estavam registrados em carteira ou se eram
free-lancers; quem pagava o combustível; se havia seguro. Não esclarece se há
um contrato de empréstimo, de aluguel ou de compra e venda. Há dúvida também em
relação às notas fiscais. Existe alguma nota comprovando as despesas descritas
nas situações acima? Se existe, foi emitida em nome de quem? E foi paga por
quem e com que dinheiro?
Pela
legislação eleitoral em vigor sabe-se que uma empresa só pode fazer doações a
candidatos de bens e serviços que estejam diretamente relacionados à sua
atividade fim. Dessa forma, uma aeronave só pode ser cedida por alguma empresa
do ramo de aviação. Jamais por um particular ou empresário de outro ramo. No
caso, há um registro junto à Anac, informando que o avião está registrado no
nome do grupo usineiro AF Andrade, de Ribeirão Preto. Que se apressou a dizer
que o havia vendido para empresário alagoano. Esse por sua vez, disse que teve
interesse em compra-lo, mas que o negócio não se concretizou.
Pelo que vê
é uma história bastante enrolada, com muitos ingredientes que dão margem a
muitas suspeitas. A ponta desse novelo já começa a ser puxado e desembaraçado
pela Polícia Federal (PF). Marina bem que poderia poupa-los do trabalho.
Aliás, para
quem está em procedimento de subida nas pesquisas eleitorais, já na segunda
colocação da corrida presidencial e a ponto de se sair vitoriosa num eventual
segundo turno, Marina deveria ser a primeira a querer vir a público prestar
tais informações e dar uma satisfação para o País.
Seria, de
sua parte, uma demonstração de responsabilidade, de comprometimento com a ética
política e de respeito aos brasileiros que independentemente de estarem ou não
sob efeito da comoção causada pelo desastre aéreo, parecem estar simpáticos a
seu discurso de candidata anti-Dilma e anti-Aécio, de ser a terceira via,
contraponto à polarização entre o PT e o PSDB e representante da nova política.
Sabe-se lá o que isso pode querer dizer.
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