Por: Luis Roberto Antonik
Pesquisa
recente realizada pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão
(Abert) revela dados surpreendentes sobre a relação entre celulares e rádio.
O resultado mostrou que, no Brasil, o rádio FM
tem forte presença em celulares econômicos: 87% dos modelos vendidos têm
receptores de rádio integrado aos aparelhos. O índice demonstra a necessidade
de o consumidor possuir acesso rápido a notícias e entretenimento sem gastar
nada por isso. Os pacotes de internet, mesmo oferecendo preços mais acessíveis
que em anos anteriores, ainda contam com restrições de download (MB) e
velocidade (Mbps) e podem impedir a população de consumir streaming.
Já nos celulares de 1ª e 2ª linhas, o número
de modelos oferecidos cai drasticamente para 33%, o que significa uma
importante oportunidade de crescimento para o FM. Vale dizer que as
dificuldades técnicas em colocar a antena do AM dentro dos celulares
praticamente baniu este serviço dos aparelhos.
Por outro lado, quando o assunto é internet, a
pesquisa demonstrou que 91,3% das emissoras comerciais AM e FM têm sites na
internet (4.227 rádios). Destas, 84,1% repetem na web aquilo que vai para o ar
(3.555 rádios). Mais surpreende ainda é que apenas 1.394 rádios têm aplicativos
para IOS (Apple) e Android (Google), ou seja, seus ouvintes podem escutar a
rádio predileta, pela internet, no celular. Cerca de 400 rádios brasileiras não
possuem site. Diante de números tão reveladores e contundentes, os
radiodifusores poderiam adotar duas alternativas, como forma de valorizar
informação e divertimento de graça para todos os ouvintes.
As rádios deveriam fazer propaganda gratuita e
espontânea dos aparelhos celulares que têm rádio FM integrada, tanto por meio
de seus comunicadores, durante a programação da emissora, como por meio de
spots confeccionados pela Abert ou por sua associação estadual, por exemplo.
Também deveriam incluir matérias e folders nos seus respectivos sites, exortando
os consumidores a só comprarem aparelhos celulares com receptor FM. Para
finalizar, os radiodifusores precisam mudar de postura, como, por exemplo,
jamais fazerem promoções ou muito menos usarem em público celulares sem
funcionalidade de FM. Por que usar um aparelho da Apple, se a empresa é contra
o receptor de rádio integrado?
Como segunda sugestão, o empresário de rádio
deve investir “pesado” em simulcasting e webcasting. Deve repetir na internet,
por meio das chamadas APP’s – seja via computador, tablets ou telefone celular
–, o conjunto de serviços oferecidos pela emissora: áudio, chat, SMS,
programação, dentre outras informações. As emissoras de maior porte já possuem
APP’s para IOS e Android, no entanto, as emissoras menores ainda não têm tais funcionalidades.
Preocupada com esta constatação, a Abert está desenvolvendo uma APP especial
para celular, que em breve será disponibilizada gratuitamente para suas
associadas de menor potência. É a garantia de vida longa ao FM.
(***) Luis Roberto
Antonik (Ph.D.) é graduado em Geografia,
Economia e Administração. Autor de vários livros nas áreas de finanças,
matemática comercial e filosofia, é professor e executivo de empresas. Ocupa
desde 2009 a diretoria-geral da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e
Televisão – Abert.
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