O fato de
ter posições políticas e eleitorais bem definidas - e, ao contrário de outros,
que jamais as assumem abertamente - não impede este blog de fazer análises
eleitorais com base em fatos, não em desejos. Há oito dias, escrevia-se aqui
que apresentar o quadro eleitoral como "estável" era falso, porque
escondia "um movimento que as variações eleitoral por classe de renda
revelam".
Era o
desgaste e o "encolhimento" de Marina Silva nos grupos de maior renda
que, afirmava-se, iria se espalhar:
"A
rejeição a Marina, por razões político-ideológicas é um processo já em curso e
vai se espalhar mais. O pouco ou muito está fora do controle do governo, porque
depende do impulso da mídia."
A tabela aí
em cima, preparada com os dados daquele post e mais os do Datafolha de hoje
mostra exatamente isso: a onda de refluxo do marinismo chegou na periferia. Se
vai produzir muito estrago ou danos menores, está nas mãos da mídia, que hesita
em se tornar totalmente dependente de Marina no processo político.
Está, para
mim, evidente que a sorte desta eleição se dará na famosa "classe C",
os filhos pródigos de projeto de Lula, que ascenderam pelas mãos de um governo
desenvolvimentista e distributivista mas, pela falta de política associada a
este processo percebem como sucesso individual, apenas, o que que é
essencialmente coletivo.
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