O
coronel reformado do Exército Paulo Malhães foi encontrado morto na manhã desta
sexta-feira, 25, no sítio em que morava em Nova Iguaçu (cidade na Baixada
Fluminense). O corpo apresentava marcas de asfixia, segundo a Polícia Civil.
Malhães
prestou depoimento em março à Comissão Nacional da Verdade em que relatava ter
participado de prisões e torturas durante a ditadura militar. Dias antes, à
Comissão Estadual da Verdade do Rio, afirmou ter sido um dos chefes do grupo
envolvido com a prisão do ex-deputado Rubens Paiva, morto sob tortura em
dependências do Exército em 1971. Na ocasião, admitiu ter participado da
operação de sumiço do corpo do parlamentar, mas ao falar à Comissão Nacional
voltou atrás nas declarações e negou envolvimento no caso.
De
acordo com o relato da viúva do coronoel Cristina Batista Malhães, três homens
invadiram o sítio de Malhães na noite desta quinta-feira, 24, à procura de
armas. O coronel seria colecionador de armamentos, disse a mulher aos policiais
da Divisão de Homicídios da Baixada que estiveram na propriedade.
Cristina
disse que ela e o caseiro foram amarrados e trancados em um cômodo, das 13h às
22h desta quinta-feira pelos invasores.
Em seu
blog, o coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, afirmou
que Malhães foi assassinado e, no mesmo texto, lembrou a morte de outro
coronel, também ex-agente da ditadura, Júlio Miguel Molina Dias, ocorrida em
2012. Ustra comandou o DOI-CODI, em São Paulo, entre 1970 e 1974. No fim de
março, durante atos que lembraram os 50 anos do golpe militar, Ustra foi alvo
de manifestações de grupos de direitos humanos que pedem a punição de
ex-agentes da ditadura.
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