sexta-feira, 4 de abril de 2014

FUTURO DA CPI DA PETROBRAS SERÁ TRAÇADO NA QUARTA


A decisão sobre a instalação da CPI da Petrobras no Congresso vai ficar nas mãos do plenário do Senado, na próxima quarta-feira, composto em sua maioria por aliados da presidente Dilma Rousseff (PT). Pelas regras do Senado, a decisão que for tomada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre o pedido do PT para inviabilizar a instalação da CPI terá que ser analisada pelo plenário.

A regra prevista pelo regimento do Senado abre caminho para que os governistas tenham a palavra final sobre a instalação da comissão de inquérito porque, ao contrário da CCJ, os senadores alinhados com o Palácio do Planalto têm uma ampla maioria no plenário.

Na Comissão de Constituição e Justiça, há a bancada de senadores "independentes" que, em parte das votações, fica contrária à orientação do governo como Pedro Simon (PMDB-RS), Pedro Taques (PDT-MT) e Ricardo Ferraço (PMDB-ES).

"Vai para o plenário porque esse é o caminho regimental. Eu decidi e mandei ouvir a CCJ. Depois o plenário é que tem a palavra final", disse o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

A CCJ vai se reunir na tarde de terça-feira para decidir sobre o pedido do PT. Os petistas argumentam que a CPI da Petrobras não pode ser instalada porque não há "fato determinado", essencial para que uma comissão de inquérito comece as investigações. Segundo os petistas, os quatro assuntos relacionados à Petrobras não têm conexão entre si, por isso a CPI deve ser impedida de funcionar.

A CCJ também vai analisar outro questionamento, apresentado pelo PSDB, que solicita a exclusão da comissão de inquérito de temas que não têm relação com a Petrobras. Parlamentares da base aliada protocolaram ontem um requerimento de criação da CPI mista ampliada. O pedido, que contou com o apoio de 32 deputados e 219 senadores, tem o objetivo de desgastar a oposição em ano eleitoral.

Além dos quatro assuntos relacionados à Petrobras, os governistas querem investigar o cartel do metrô em São Paulo, que respinga no PSDB, e atividades do Porto de Suape, em Pernambuco, governado por Eduardo Campos (PSB).

Presidente da CCJ, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) disse que vai definir até hoje o nome do senador que vai relatar os dois questionamentos.

O líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), disse que o governo quer apurar "toda e qualquer irregularidade" que se tenha notícia no País. O petista disse que, em 2010, a CPI da Petrobras anterior investigou os mesmos fatos que foram apresentados agora pela oposição, como a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), e as obras da construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. "Infelizmente a oposição, por não acreditar talvez nessas instituições, resolveu propor os mesmos itens da CPI de 2010", disse.

Já o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que o governo não teme a investigação.


(***) FONTE: Diário do Nordeste

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