sexta-feira, 28 de junho de 2013

COMBINAÇÃO DE REMÉDIOS É MELHOR DO QUE ASPIRINA SOZINHA PARA EVITAR AVC


 É comum que pessoas que já sofreram algum acidente vascular cerebral (AVC) sejam tratadas com aspirina para evitar coágulos no sangue e, assim, diminuir o risco de um segundo derrame. Um teste clínico realizado na China, porém, demonstrou que combinar a droga com outro medicamento usado para evitar coágulos é melhor do que a aspirina sozinha para reduzir o risco de AVC.
Segundo a pesquisa, publicada nesta quarta-feira na revista The New England Journal of Medicine, a terapia combinada reduziu em um terço o risco de derrame em pacientes que já haviam sofrido um em comparação com o tratamento baseado na aspirina.

As conclusões fazem parte da terceira fase do teste clínico chinês em torno da terapia combinada para a prevenção do AVC. A pesquisa foi denominada de CHANCE (sigla que significa Clopidogrel em Pacientes com Alto Risco de Eventos Vasculares Cerebrais Agudos Não Incapacitantes). Um teste similar a esse está sendo realizado nos Estados Unidos. Caso os resultados sejam confirmados, os especialistas acreditam que a combinação do medicamento clopidogrel (Plavix) com a aspirina pode mudar o padrão de cuidado a pacientes com um alto risco de sofrer um segundo derrame.

O trabalho chinês foi feito com 5.170 pacientes que sofreram um AVC. Até 24 horas depois de o evento cardiovascular ter ocorrido, essas pessoas passaram a ser tratadas com aspirina ou então com a combinação de aspirina e clopidogrel. De acordo com os resultados, 11,7% daquelas que fizeram uso somente de aspirina sofreram um AVC nos três meses seguintes ao início do tratamento. Essa prevalência foi de 8,2% entre o grupo submetido à terapia combinada.

"Os resultados foram surpreendentes", diz Claiborne Johnston, professor de Neurologia da Universidade da Califórnia, em São Francisco, e um dos autores do estudo. Johnston também coordena a pesquisa que está sendo feita nos Estados Unidos sobre o assunto. “Devemos ter a confirmação ou não dessas conclusões dentro de alguns anos”, afirma.

03) Teste de vacina contra diabetes tipo 1 é bem-sucedido
Uma equipe de pesquisadores parece ter conseguido desenvolver uma vacina capaz de domar o sistema imunológico de uma pessoa de forma a evitar que ele passe a atacar e destruir as células que produzem insulina – quadro que caracteriza o diabetes tipo 1. Ainda em testes iniciais, a vacina, caso prove ser eficaz e segura em estudos futuros, poderá ser a solução para retardar ou até mesmo evitar a doença. As descobertas foram publicadas nesta quarta-feira no periódico Science Translational Medicine.

O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, ou seja, que ocorre quando o sistema imunológico do paciente passa a atacar o próprio organismo. No caso dessa condição, o sistema de defesa reconhece como inimigo e ataca células que produzem a insulina, hormônio que ajuda a glicose a sair da corrente sanguínea e entrar nas células, controlando a taxa de açúcar no sangue. Pessoas com essa doença precisam controlar seus níveis de glicose várias vezes ao dia, além de repor a insulina no organismo.

A busca por uma vacina que consiga controlar o sistema imunológico e evitar que ele ataque essas células não é algo recente. Segundo esse novo artigo, cientistas estudam uma forma de tornar isso possível há mais de 40 anos. Na maioria das tentativas, o que ocorreu foi que a terapia atacou todo o sistema de defesa do indivíduo, fragilizando a saúde do paciente e o tornando mais propenso a outras doenças, como o câncer, por exemplo.

AÇÃO ESPECÍFICA — A nova pesquisa foi feita por especialistas de instituições como a Universidade Leiden, na Holanda, e a Universidade Stanford, Estados Unidos. Segundo os autores, a vacina desenvolvida por eles é feita a partir de um pedaço de DNA geneticamente modificado para conter a resposta imunológica à insulina. A vacina foi criada para destruir apenas as células do sistema imunológico que são prejudiciais, deixando o restante do sistema de defesa intacto.

SEGURA E EFICAZ — O teste da vacina envolveu 80 pessoas maiores do que 18 anos com diabetes tipo 1 que faziam tratamento com injeções de insulina. Parte delas recebeu doses dessa vacina e o restante, de placebo. Após 12 semanas recebendo uma dose de vacina ou placebo semanalmente, os pacientes do grupo da vacina ativa apresentaram sinais de que seu corpo estava preservando algumas das células produtoras de insulina no pâncreas sem efeitos adversos. Além disso, a nova vacina diminuiu o número de células do sistema de defesa responsáveis por matar as produtoras de insulina.


Lawrence Steinman, um dos autores do estudo, admite que a vacina está longe de ser comercializada, mas acredita que esses resultados são suficientes para que um estudo maior em torno do tratamento seja realizado futuramente. A ideia é que a vacina seja testada em 200 pessoas com diabetes tipo 1 para avaliar se ela pode parar a progressão da doença em pacientes jovens antes mesmo de a condição ter causado um dano maior à saúde. 

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