O presente pelos 180 anos do Colégio
Estadual do Atheneu Norte-riograndense está prestes a ser entregue. Após anos
de muito abandono e descaso pelo poder público, a escola mais tradicional do
Estado já possui projeto de recuperação e ampliação da estrutura concluído e o
edital de licitação das obras será publicado em julho. A reforma da escola foi
incluída no Plano de Ações Articuladas do Governo Federal e está avaliada na
ordem dos R$ 2 milhões, contemplando a parte estrutural, hidráulica e elétrica,
bem como a construção de uma área de convivência, que não existente atualmente.
Sobre a contrapartida estadual, a
titular da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seec), garantiu que os
recursos destinados não irão comprometer o orçamento do Estado. “É um valor
simbólico. Quero acompanhar essa reforma de perto e fazer com que se torne
real”, disse. “A nossa intenção era ter lançado o edital ainda no primeiro
semestre, mas tivemos que fazer adequações no projeto de acessibilidade, pois o
Atheneu é tombado pelo Patrimônio Histórico e não pode ter sua estrutura
alterada”, explicou a secretária.
Com isso, as rampas de acessibilidade
serão de madeira, revestidas por alumínio, e estarão acopladas às estruturas de
alvenaria originais, sem alterar os traços arquitetônicos da escola. De acordo
com Betania Ramalho, haverá recuperação completa da estrutura, incluindo a
renovação da rede elétrica e da tubulação hidrosanitária, que ainda é de ferro
e será substituída por tubos de PVC. Também está incluída a reforma do ginásio
de esportes e a construção, no pátio interno, de um recreio coberto, com
cozinha e área para refeitório.
A atual diretora da escola, Severina
Targino, disse que irá acompanhar passo a passo cada detalhe que envolva a
reforma e ampliação da escola. “Tudo tem que ser mantido conforme sua originalidade
e o projeto desenvolvido pelo setor de Construção Escolar da secretaria dá essa
possibilidade, de forma que a história desse prédio permanecerá conosco”,
disse. “Só estamos esperando por esse novo momento para que o Atheneu volte a
ser o que era antes, uma escola de reconhecimento e credibilidade”, afirmou.
Ainda segundo a secretária, a
principal reforma da instituição de ensino já foi iniciada: a reforma
pedagógica. “Desde o início do ano que o quadro de professores está completo.
Foram feitas jornadas pedagógicas, oficinas de capacitação, uma verdadeira
mudança no projeto pedagógico da escola”, ressaltou a secretária. Entretanto,
alguns alunos ainda questionam sobre a falta de profissionais.
Para a jovem Sheila Micaele, 16, a
escola possui laboratório de informática e de química funcionando, os quais
nunca mais foram trabalhados com os alunos. “Não sei o porquê disso, nem a
diretoria nos deu alguma explicação. Eu estou cursando o pré-vestibular e acho
que essas atividades experimentais poderiam me ajudar a adquirir novos
conhecimentos”, disse Sheila, que estuda na escola há três anos.
Lucas Tales, aluno da 1ª série do
Ensino Médio, também questiona a situação apontada por Sheila. “Acho que os
laboratórios não funcionam por falta de professores mesmo. É estranho termos
tudo à nossa disposição, mas não podermos usar”, disse. Apesar de ser aluno
novato na casa, Tales relatou que, em muitos casos, o ato de vandalismo dos
próprios alunos acaba prejudicando ainda mais a estrutura da escola. “Não é sempre,
mas os próprios estudantes depredam a escola com pichações, por exemplo”,
disse.
Aproximadamente mil estudantes estão
matriculados no Atheneu nos turnos compreendidos pela manhã e tarde. No turno
noturno, 23 turmas foram formadas para o Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e ao Emprego (Pronatec), desenvolvido por parceria do Ministério da
Educação, Secretaria de Educação e entidades ofertantes dos cursos. No Atheneu,
a entidade responsável pelos cursos profissionalizantes é a Escola Agrícola de
Jundiaí, da UFRN. São 690 alunos matriculados no estudo regular durante o dia,
que à noite retornam para as aulas do Pronatec.
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