A
transparência que o deputado federal Paulo Wagner, do PV, tanto fala em seu
programa de rádio pela internet pode ter faltado a ele mesmo quando se trata do
pedido de aposentadoria por invalidez que ele requereu na Câmara Federal, em
Brasília. Afinal, pouco tempo depois de negar a reportagem d’O Jornal de Hoje
que havia feito o pedido oficial a Casa, mesmo com o JH com documentos em mãos
que mostravam o contrário, agora, Paulo Wagner confirmou o interesse na
aposentadoria.
E disse
mais: se não conseguir a aposentadoria até as eleições, vai para a reeleição
para ter mais quatro anos para isso. A solicitação, agora confirmada por Paulo
Wagner, teria sido embasada na situação de saúde do parlamentar, que já teria
implantado quatro stents e perdido um dos rins.
O pedido foi
protocolado em agosto do ano passado na Casa Legislativa, mas pouco andou nas
mãos do colega de bancada potiguar, o presidente da Câmara Federal, Henrique
Eduardo Alves. Como com ele não resolveu, mesmo depois que Paulo Wagner
anunciou o apoio a ele na disputa pelo Governo do Estado, o deputado do PV
procurou o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, do PMDB. A
intenção seria conseguir uma perícia médica para embasar o pedido de
aposentadoria.
SEM TRANSPARÊNCIA
No dia 17 de
abril, O Jornal de Hoje teve acesso ao pedido de aposentadoria por invalidez,
feito pelo deputado federal Paulo Wagner e buscou a assessoria de imprensa do
parlamentar, que negou a hipótese dele ter solicitado a aposentadoria e,
também, que ele poderia não disputar a reeleição neste ano para a Casa
Legislativa – as duas informações, no entanto, foram agora negadas por Wagner.
Outra falta
de transparência do parlamentar do PV, facilmente percebida, é que ele
confirmou o pedido, mas disse não saber se terá os rendimentos integrais do
cargo de deputado federal. Entretanto, quando apresentou o pedido baseado em
parecer dos médicos Jezreel Avelino da Silva, Marília Bonfim e Silva de Morais
e Paulo Nery de Oliveira, Paulo Wagner alegou que “é portador da patologia
elencada na Lei nº 9.506, de 1997, art. 2º, inciso I, alínea ‘a’”.
E, no artigo
2º, é afirmado: “o Senador, Deputado Federal ou suplente que assim o requerer,
no prazo de trinta dias do início do exercício do mandato, participará do Plano
de Seguridade Social dos Congressistas, fazendo jus à aposentadoria: I – com
proventos correspondentes à totalidade do valor obtido na forma do § 1º: a) por
invalidez permanente, quando esta ocorrer durante o exercício do mandato e
decorrer de acidente, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
incurável, especificadas em lei”.
Além disso,
o parlamentar também apoiou a Proposta de Emenda à Constituição 170/2012 (PEC
170), de autoria da deputada federal Andreia Zito (PSDB-RJ), que garante
proventos integrais aos servidores públicos aposentados por invalidez
permanente, independentemente do tipo de doença. “Espero que essa PEC, vá,
imediatamente, para julgamento na Câmara, porque vou estar lá não só para
votar, mas fazendo pressão e dizendo aos meus ilustres colegas para votar a
favor dos aposentados por invalidez porque eles precisão”, afirmou Paulo
Wagner, por meio do seu programa de rádio na internet – no mesmo dia, ele
ressaltou a importância dos deputados agirem com transparência diante de seus
eleitores.
REELEIÇÃO
Se legisla
em causa própria ou não quando defende a PEC 170/2012, o fato é que Paulo
Wagner confirmou ter um “plano B” para o caso da aposentadoria, mesmo com os
“amigos” Henrique e Garibaldi, não ser viabilizada até o segundo semestre:
deverá tentar a reeleição para a Casa Legislativa federal. Dessa forma, ele
terá, pelo menos, mais quatro anos para conseguir concretizar o pedido. (CM)
(***) FONTE: Jornal de Hoje
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