Por: Renata Moura e Cledivânia
Pereira
Em: Tribuna do Norte
A indústria
de energia eólica, vista como alternativa para o Brasil aumentar a oferta e
reduzir custos no setor elétrico, vai precisar de 147 mil trabalhadores no país
até 2018 e, em meio a esse batalhão, cerca de 35 mil devem ser empregados na
cadeia produtiva do Rio Grande do Norte.
As oportunidades previstas para o estado só perdem, em quantidade, para a
Bahia, que deve abocanhar 40,5 mil dessas vagas.
Os números
são calculados a partir da média brasileira de empregabilidade no setor, que é
de 15 postos de trabalho a cada Megawatt (MW) de capacidade instalada, e
representam os empregos que poderão ser criados entre 2014 e 2018, no país, com
a capacidade instalada prevista de 9,8 Gigawatts (GW) nesse período. Cerca de
28% desse bolo devem ser implantados na Bahia – líder no ranking de
investimentos – outros 23% são do RN e o restante será dividido entre estados
como Ceará, Rio Grande do Sul e Piauí.
As oportunidades
de emprego deverão ser pulverizadas em toda a cadeia produtiva, o que abrange
desenvolvedores, fabricantes, comercializadores de energia e empresas de
consultoria, observa a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia
Eólica (ABEEólica), Élbia Melo. A entidade disponibilizou os dados base para o
cálculo das projeções estaduais.
Impulsos
O vendaval
de empregos e investimentos no setor é impulsionado por ventos favoráveis,
mercado aquecido e a crise econômica internacional, que contribui para a
atração de dinheiro e conhecimento estrangeiros. O resultado é a proliferação
de turbinas que transformam vento em energia. E esse movimento também tem
gerado uma corrida por qualificação dentro e fora das instituições de ensino.
“Há um déficit de profissionais qualificados em muitos setores no Brasil,
dentre eles o eólico”, diz Élbia Melo.
A ABEEólica
não tem números que dimensionem as carências de qualificação no mercado
brasileiro, mas fontes do setor afirmam que elas existem e têm afetado o ritmo
e o custo de implantação de projetos.
“Há
necessidade de promover qualificação para atender as necessidades das empresas
em suas diversas fases”, observa o diretor do Instituto Senai de Inovação -
Energias Renováveis, Wilson da Mata. De olho nessa necessidade, empresas têm
investido em programas de formação internos. Instituições de ensino também
desenvolvem cursos específicos, mas esbarram em desafios nesse aspecto.
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