segunda-feira, 26 de maio de 2014

ENERGIA EÓLICA CRESCE E QUALIFICAÇÃO É DESAFIO


Por: Renata Moura e Cledivânia Pereira
Em: Tribuna do Norte

A indústria de energia eólica, vista como alternativa para o Brasil aumentar a oferta e reduzir custos no setor elétrico, vai precisar de 147 mil trabalhadores no país até 2018 e, em meio a esse batalhão, cerca de 35 mil devem ser empregados na cadeia produtiva do  Rio Grande do Norte. As oportunidades previstas para o estado só perdem, em quantidade, para a Bahia, que deve abocanhar 40,5 mil dessas vagas.

Os números são calculados a partir da média brasileira de empregabilidade no setor, que é de 15 postos de trabalho a cada Megawatt (MW) de capacidade instalada, e representam os empregos que poderão ser criados entre 2014 e 2018, no país, com a capacidade instalada prevista de 9,8 Gigawatts (GW) nesse período. Cerca de 28% desse bolo devem ser implantados na Bahia – líder no ranking de investimentos – outros 23% são do RN e o restante será dividido entre estados como Ceará, Rio Grande do Sul e Piauí.

As oportunidades de emprego deverão ser pulverizadas em toda a cadeia produtiva, o que abrange desenvolvedores, fabricantes, comercializadores de energia e empresas de consultoria, observa a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Élbia Melo. A entidade disponibilizou os dados base para o cálculo das projeções estaduais.

Impulsos
O vendaval de empregos e investimentos no setor é impulsionado por ventos favoráveis, mercado aquecido e a crise econômica internacional, que contribui para a atração de dinheiro e conhecimento estrangeiros. O resultado é a proliferação de turbinas que transformam vento em energia. E esse movimento também tem gerado uma corrida por qualificação dentro e fora das instituições de ensino. “Há um déficit de profissionais qualificados em muitos setores no Brasil, dentre eles o eólico”, diz Élbia Melo.

A ABEEólica não tem números que dimensionem as carências de qualificação no mercado brasileiro, mas fontes do setor afirmam que elas existem e têm afetado o ritmo e o custo de implantação de projetos.

“Há necessidade de promover qualificação para atender as necessidades das empresas em suas diversas fases”, observa o diretor do Instituto Senai de Inovação - Energias Renováveis, Wilson da Mata. De olho nessa necessidade, empresas têm investido em programas de formação internos. Instituições de ensino também desenvolvem cursos específicos, mas esbarram em desafios nesse aspecto.


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