Por: Roberto Lucena
Em: Tribuna do Norte
Vinte e dois
municípios potiguares convivem, atualmente, com dificuldades no abastecimento
de água para o consumo humano. O número foi confirmado pela Companhia de Águas
e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern). De acordo com números do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o racionamento atinge uma
população estimada em 267 mil pessoas. Com a medida preventiva, a Caern espera
assegurar, nessas cidades, uma quantidade mínima do líquido até o próximo
inverno.
Além das 22
cidades onde há sistema de rodízio no abastecimento, o Estado possui 8
municípios em colapso total, ou seja, a água não chega às residências através
das torneiras. É preciso usar carros-pipa, cisternas ou chafarizes públicos
para abastecer as caixas d’água das residências.
De acordo
com o diretor técnico da Caern, Ricardo Varela, o racionamento nos municípios é
uma medida preventiva para tentar evitar o colapso. “A gente adota o rodízio
para segurar a quantidade de água pelo menos até o próximo inverno. É uma
maneira de se antecipar ao que pode acontecer no futuro”, garantiu.
O diretor
explicou ainda que a Caern evita a implantação do racionamento sempre que
possível, no entanto, com o desabastecimento dos mananciais em decorrência da
pouca quantidade de chuvas, o rodízio torna-se uma manobra impossível de ser
utilizada. “O rodízio só acontece quando há problema no sistema dos
reservatórios. Choveu dentro da normalidade, mas a quantidade de água que caiu
foi pouca, não recuperou os mananciais. Nos resta o rodízio”, colocou.
A Caern não
informou se há risco iminente de racionamento em outros municípios, mas os
prognósticos da meteorologia para o interior do Rio Grande do Norte não são
favoráveis. De acordo com as previsões da Empresa de Pesquisa Agropecuária do
Estado (Emparn), nos próximos meses serão registradas precipitações apenas nas
regiões Leste e Agreste potiguar. A informação foi anunciada na última
quinta-feira, dia 22, durante a II Reunião de Análise e Previsão Climática para
o Leste da Região Nordeste, em Aracaju/SE.
A estimativa
é a de que as chuvas nas duas regiões tenham início no final de maio e se
estendam por até três meses. A previsão é de precipitações “dentro da
normalidade”: no Litoral, o volume de chuvas fica entre 500 e 600 milímetros;
já no Agreste, a estimativa fica entre 200 e 400 milímetros.
Acari e Currais Novos
A última
cidade onde houve implantação do racionamento de água foi Acari, localizada na
região Seridó do Estado. A cidade, a 201 quilômetros de Natal, foi dividida, na
última quarta-feira, dia 21, em duas partes: setor 1, que compreende os bairros
de Petrópolis, Tarcísio Bezerra, Luiz Gonzaga, Dinarte Mariz e parte do Centro;
e setor 2, que abrange parte do Centro e bairros Ari de Pinho e Padre José
Dantas Cortez.
Cada setor
está sendo abastecido por 24 horas, revezando com o outro, ou seja, enquanto um
recebe água, o outro fica com o abastecimento interrompido. Segundo dados o
IBGE, a população de Acari é composto por 11.355 habitantes. Já em Currais
Novos, a 172 quilômetros da capital, se encontra em situação de racionamento
por oito horas diariamente, desde 2013, no rodízio de 24 por 48 horas. Cada um
dos três setores divididos pela Caern recebe água por 24 horas e tem o
abastecimento suspenso por 48 horas. Não há previsão de quando o abastecimento
será normalizado.
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