terça-feira, 27 de maio de 2014

PREFEITOS VÃO APRESENTAR PEC AO MINISTRO DA FAZENDA


O aumento em dois pontos percentuais do repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) poderá ser implementado em duas parcelas de 1%, em 2014 e 2015. A proposta será apresentada pelo comitê de gestores municipais e pelo Confederação Nacional dos Municípios (CNM) à Comissão Especial da Câmara dos Deputados que promove audiência pública nesta quarta-feira, 28, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega e o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

Os prefeitos têm pressa de repor as perdas de receita amargadas nos últimos anos e esperam que a implantação esteja  consolidada antes do fim da gestão atual. “O governo já acatou a admissibilidade e o que falta agora é definir os percentuais e prazos para este reajuste”, observa o presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte, Benes Leocádio, que representa a região Nordeste no comitê. A comissão especial da Câmara dos Deputados está incumbida de definir o escalonamento  e percentuais para aumento do FPM.

A matéria consta na Proposta de Emenda Constitucional 241, que está tramitando na Câmara dos Deputados, e no Senado por meio da PEC 39, aumentará em R$ 186 milhões por ano o FPM das 167 prefeituras potiguares. Os 23,5% de todas as receitas do Imposto sobre Produção Industrial (IPI) e sobre Imposto de Renda passará a 25,5%, ou seja, um incremento de R$ 7 bilhões por ano para os municípios brasileiros.

Negociação
A ampliação dos repasses do FPM tem apoio das associações de municípios brasileiros e foi a principal reivindicação dos prefeitos que participaram da 17ª Marcha à Brasília em Defesa dos Municípios, no dia 14 deste mês. Em reunião com os prefeitos, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, prometeu agilidade na aprovação da proposta. Na ocasião, ele anunciou a instalação da Comissão Especial para analisar a PEC.

A matéria deve ser apreciada ainda esta semana no Senado. O relator do processo, senador  Armando Monteiro (PTB/PE), propôs um escalonamento de 0,5% ao ano, entre 2015 a 2019. O modelo não é interessante e foi, previamente, rejeitado pelos prefeitos. “Se não houver o incremento de receita, os municípios que vivem à beira da Lei de Responsabilidade Fiscal não terão como fechar a conta e, em 2016, quando entregamos as Prefeituras, poderemos responder por ficha suja”, explica o presidente da Femurn. Segundo Leocádio, cerca de 70 municípios potiguares já estão no limite da LRF.

Outro ponto de que poderá recompor as perdas e será debatido por prefeitos e deputados  trata da ampliação da arrecadação do ISS, por meio da alteração da Lei Complementar 116, que permitiria o recolhimento do tributo pelas prefeituras em operações de leasing, cartões de crédito/débito e da construção civil.


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