Atualmente,
a doença - um dos tipos de câncer mais comuns no Brasil - é diagnosticada
principalmente por colonoscopia. Estudo inicial mostrou que o novo teste
detecta o câncer com 87% de precisão
Pesquisadores
desenvolveram um método não invasivo capaz de detectar o câncer colorretal com
87% de precisão tanto em estágios iniciais quanto mais avançados da doença. A
abordagem consiste em detectar se há uma alteração no gene SDC2 a partir da
análise de amostras do sangue dos paciente. O estudo que avaliou o teste também
mostrou que ele detecta com 95% de precisão quais são os indivíduos livres
desse tipo de câncer. Os resultados foram publicados nesta segunda-feira no
periódico The Journal of Molecular Diagnostics.
O câncer
colorretal abrange tumores que atingem um segmento do intestino grosso, o
cólon, e o reto. Diagnosticar precocemente a doença é essencial para reduzir o
risco de metástase e aumentar as chances de sobrevivência e cura do paciente.
Atualmente, a principal forma de detecção desse câncer é a colonoscopia, mas o
procedimento é invasivo, desconfortável e, por isso, muitos pacientes preferem
não ser submetidos a ele. Daí a importância de serem encontradas formas
eficazes de diagnosticar a doença por métodos menos invasivos.
Um grupo de
cientistas da empresa sul-coreana Genomictree realizou uma análise do DNA de 12
pacientes com câncer colorretal a partir de amostras de tecido dos tumores de
cada um. Os pesquisadores, então, identificaram um grupo de genes que
apresentou alterações no DNA de todos esses indivíduos. Entre esses genes
estava o SDC2, que codifica determinada proteína conhecida por estar envolvida
no processo de proliferação e migração de células cancerígenas.
Nessa fase
da pesquisa, os autores observaram que alterações químicas conhecidas como
metilações, que podem ser introduzidas e retiradas sem alterar a sequência
genética original, no gene SDC2 pareciam estar associadas ao câncer colorretal.
VALIDAÇÃO — Os autores do estudo, então,
testaram o gene SDC2 como um marcador biológico (substância medidas para
detectar alguma doença ou desequilíbrio no organismo) para o câncer colorretal
em outros 131 pacientes com essa doença e em um grupo de controle, formado por
125 pessoas livres da condição.
Segundo
Sungwhan An, CEO da Genomictree e coordenador a pesquisa, o teste que detecta
metilação no gene SDC2 pode ser utilizado como alternativa à colonoscopia, ou
então como um procedimento complementar a ela. O pesquisador acredita que o
método também possa ser útil para monitorar a progressão do câncer colorretal,
assim como os resultados do tratamento.
Esses
resultados fazem parte da primeira fase dos testes clínicos do exame – ao todo,
são necessárias três etapas para validar um método diagnóstico. De acordo com
Sungwhan An, os próximos estudos devem explorar se o SDC2 é um marcador
biológico restrito ao câncer colorretal ou então se poderia ajudar a
diagnosticar outros tipos de câncer.
PREVALÊNCIA — Segundo estimativas do Instituto
Nacional de Câncer (Inca), houve cerca de 30.000 novos casos de câncer
colorretal no Brasil em 2012 e foram registradas 13.344 mortes pela doença no
mesmo ano. Em 2012, essa doença foi o terceiro tipo de câncer mais comum entre
homens e mulheres.
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