Em
entrevista, Khrystal comenta sobre o The Voice, fala qual música teria
escolhido na noite da eliminação e adianta um possível show seu no Teatro
Riachuelo
Khrystal
precisou da exposição em rede nacional para ter seu talento reconhecido em solo
potiguar; na cena a qual está mergulhada há mais de 15 anos, na batalha diária
do pão de cada dia. Ou você aí pensa que vida de cantor – natalense – é brisa
fresca? Por ironia, a primeira frase da canção-título de seu segundo e mais
novo álbum, Dois Tempos, diz: “Vejo que não tenho tempo para ser uma estrela”.
Imagine
agora, no período pós-The Voice Brasil. O programa global abriu uma janela para
Khrystal adentrar os lares brasileiros e potiguares. A adolescente que cantava
no Beco da Lama, hoje, nos seus 32 anos, é uma cantora e compositora
reconhecida nacionalmente. E agora é matar dois leões por dia para dar conta da
agenda lotada de shows e da confecção do novo disco, programado para o segundo
semestre deste ano.
Não é mole.
Ora, como ela mesma diz, “o glamour tá na lida”. E os dias têm sido
proveitosos, mas de muito trabalho. Nos festejos do último réveillon de Natal,
Khrystal arrastou uma multidão para Ponta Negra, deixando vazio o Centro da
Cidade e a Redinha. A mídia nacional – e até internacional – se rendeu à
“Carne” da potiguar e a colocou como favorita entre candidatos ao prêmio do
programa global. Graças ao The Voice.
A potiguar
estreou no programa com personalidade: interpretou canção própria, ‘Morô’, e
recebeu o afago de três dos quatro jurados durante a audição às cegas. Optou
pelo time de Carlinhos Brown. Na primeira noite competitiva, esbarrou em Lucy
Alves, mas foi salva por Cláudia Leitte. Na terceira participação, a
interpretação memorável de ‘A Carne’ e a seleção à semifinal do The Voice.
Na
participação seguinte, uma bela e morna canção, ‘Lamento Sertanejo’, em
parceria de Dominguinhos e Gilberto Gil, condicionou a ousadia de Khrystal ao
ritmo lento da música. Resultado: foi eliminada. Khrystal se sentiu prejudicada
pela produção com a escolha da música. Reclamou no facebook e mais uma vez seu
nome ganhou repercussão nacional. Já era celebridade sem saber.
Abaixo,
Khrystal comenta o episódio, fala qual música teria escolhido para a noite da
eliminação se a decisão fosse sua, e o atual momento de artista pós-The Voice.
Adianta ainda sobre um possível show seu no Teatro Riachuelo, até então
agendado para o próximo 13 de fevereiro, e os planos para 2014. Confiram:
COM KHRYSTAL
Sua
participação no The Voice ficou marcada pela interpretação de A Carne. A música
passou a ser pedida ou a integrar seu setlist nos shows?
Eu já
cantava essa música antes de ir para o programa. E o show do meu disco muda
muito. Não mudam as músicas do disco, mas as covers têm mudado sempre. A Carne
entrou no repertório nesse movimento, pouco depois do lançamento do álbum (Dois
Tempos) no Teatro Alberto Maranhão. A turma que foi ao Fest Bossa & Jazz,
em Pipa, ano passado, conferiu de perto.
Por
que escolheu essa música para apresentar no programa?
Porque
percebia uma resposta boa de quem via/ouvia a interpretação e porque eu me
sentia confortável pra cantá-la.
Qual
a resposta você tem tido em seus shows e no dia a dia após o The Voice? Sua
agenda de shows mudou?
Mudou. As
pessoas têm procurado mais shows, sim. Pela primeira vez na vida começo o ano
com agenda até Junho já engatilhada. O público vem crescendo e a reação das
pessoas nos shows é super positiva. Na rua, sempre tem um que me para pra dizer
que estava torcendo; é bacana.
Sem
sua participação no programa você encararia um show sozinha no Teatro
Riachuelo? Você acha que a visibilidade conquistada no programa possibilita
essa chance agora?
Eu já tinha
encarado o palco do Riachuelo antes do programa. Mas com Alceu (Valença) me ajudando,
mas já tinha metido a cara. Existe sim a chance de voltar àquele palco
maravilhoso. Tudo leva para o ‘Sim’.
O
que pode adiantar sobre esse show? Participações, repertório…
Não posso
adiantar nada porque não existe o contrato assinado. É melhor a gente aguardar.
Mas pensando agora sobre isso, imagino que um show como esse tem de levar no
repertório a minha história dentro desses últimos acontecimentos da minha
carreira. Um show que atualize isso tudo para o público.
O
que achou do resultado da final? Havia a torcida sua por alguém?
Depois que
saí, deixei de acompanhar. Eu estava muito focada naquele processo e isso
exigiu demais de mim; virou minha vida de cabeça pra baixo, mais do que eu
imaginava. física e emocionalmente. Eu precisava me desligar de tudo um pouco,
me reorientar, descobrir o que ficou de mim depois disso tudo. Mas todos que
estavam ali mereciam levar. E o Sam (vencedor do programa) é um bom homem, tem
uma voz linda e o Brasil foi quem elegeu o cara, então tá tudo certo.
Você
esperava a repercussão nacional dos seus lamentos contra a música escolhida
pela produção do programa para sua participação na semifinal ou mesmo se
arrepende do que escreveu?
Isso foi uma
coisa tão doida. Sou acostumada a escrever meus pensamentos no face e tudo
sempre seguiu adiante. Pouca gente sabia de mim. Nada acontecia. A gente dentro
de um processo daquele não tem muita noção da dimensão da coisa. Talvez se eu
tivesse esperado alguns dias pra escrever, o texto fosse mais cuidadoso. Mas eu
ia dizer a mesma coisa. O que eu entendi é que artista que diz o que pensa numa
situação como essa é visto com rabo de olho, principalmente porque tem um lado
da imprensa que bota fogo no que você diz e tem nêgo que compra aquilo, levando
a história pra um caminho estranho, e daqui que você explique que não é bem
assim, já passou muita água por baixo dessa ponte. Eu não nasci pra esse jogo.
Se
a escolha fosse sua, qual música escolheria?
Carcará, de
João do Vale e Zé Cândido.
Qual
a melhor maneira de aproveitar essa exposição midiática: com shows para mostrar
o trabalho dos dois primeiros CDs, ainda desconhecido do público sulista, ou
aproveitar o momento para lançar um novo CD?
As duas
coisas. Na minha cabeça, o Dois Tempos ia rodar 2013 inteiro e agora estaria
finalizando um novo disco. Mas veio o programa e eu foquei total nele. E o show
ficou escanteado por um tempão. Agora, os shows de 2014 serão a
exibição/despedida dessa Turnê porque já estou trabalhando um novo de inéditas.
Segundo semestre vem com cheiro de roupa nova.
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