segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

KHRYSTAL: “O THE VOICE VIROU MINHA VIDA DE CABEÇA PRA BAIXO”


Em entrevista, Khrystal comenta sobre o The Voice, fala qual música teria escolhido na noite da eliminação e adianta um possível show seu no Teatro Riachuelo

Khrystal precisou da exposição em rede nacional para ter seu talento reconhecido em solo potiguar; na cena a qual está mergulhada há mais de 15 anos, na batalha diária do pão de cada dia. Ou você aí pensa que vida de cantor – natalense – é brisa fresca? Por ironia, a primeira frase da canção-título de seu segundo e mais novo álbum, Dois Tempos, diz: “Vejo que não tenho tempo para ser uma estrela”.

Imagine agora, no período pós-The Voice Brasil. O programa global abriu uma janela para Khrystal adentrar os lares brasileiros e potiguares. A adolescente que cantava no Beco da Lama, hoje, nos seus 32 anos, é uma cantora e compositora reconhecida nacionalmente. E agora é matar dois leões por dia para dar conta da agenda lotada de shows e da confecção do novo disco, programado para o segundo semestre deste ano.

Não é mole. Ora, como ela mesma diz, “o glamour tá na lida”. E os dias têm sido proveitosos, mas de muito trabalho. Nos festejos do último réveillon de Natal, Khrystal arrastou uma multidão para Ponta Negra, deixando vazio o Centro da Cidade e a Redinha. A mídia nacional – e até internacional – se rendeu à “Carne” da potiguar e a colocou como favorita entre candidatos ao prêmio do programa global. Graças ao The Voice.

A potiguar estreou no programa com personalidade: interpretou canção própria, ‘Morô’, e recebeu o afago de três dos quatro jurados durante a audição às cegas. Optou pelo time de Carlinhos Brown. Na primeira noite competitiva, esbarrou em Lucy Alves, mas foi salva por Cláudia Leitte. Na terceira participação, a interpretação memorável de ‘A Carne’ e a seleção à semifinal do The Voice.

Na participação seguinte, uma bela e morna canção, ‘Lamento Sertanejo’, em parceria de Dominguinhos e Gilberto Gil, condicionou a ousadia de Khrystal ao ritmo lento da música. Resultado: foi eliminada. Khrystal se sentiu prejudicada pela produção com a escolha da música. Reclamou no facebook e mais uma vez seu nome ganhou repercussão nacional. Já era celebridade sem saber.

Abaixo, Khrystal comenta o episódio, fala qual música teria escolhido para a noite da eliminação se a decisão fosse sua, e o atual momento de artista pós-The Voice. Adianta ainda sobre um possível show seu no Teatro Riachuelo, até então agendado para o próximo 13 de fevereiro, e os planos para 2014. Confiram:

COM KHRYSTAL

Sua participação no The Voice ficou marcada pela interpretação de A Carne. A música passou a ser pedida ou a integrar seu setlist nos shows?
Eu já cantava essa música antes de ir para o programa. E o show do meu disco muda muito. Não mudam as músicas do disco, mas as covers têm mudado sempre. A Carne entrou no repertório nesse movimento, pouco depois do lançamento do álbum (Dois Tempos) no Teatro Alberto Maranhão. A turma que foi ao Fest Bossa & Jazz, em Pipa, ano passado, conferiu de perto.

Por que escolheu essa música para apresentar no programa?
Porque percebia uma resposta boa de quem via/ouvia a interpretação e porque eu me sentia confortável pra cantá-la.

Qual a resposta você tem tido em seus shows e no dia a dia após o The Voice? Sua agenda de shows mudou?
Mudou. As pessoas têm procurado mais shows, sim. Pela primeira vez na vida começo o ano com agenda até Junho já engatilhada. O público vem crescendo e a reação das pessoas nos shows é super positiva. Na rua, sempre tem um que me para pra dizer que estava torcendo; é bacana.

Sem sua participação no programa você encararia um show sozinha no Teatro Riachuelo? Você acha que a visibilidade conquistada no programa possibilita essa chance agora?
Eu já tinha encarado o palco do Riachuelo antes do programa. Mas com Alceu (Valença) me ajudando, mas já tinha metido a cara. Existe sim a chance de voltar àquele palco maravilhoso. Tudo leva para o ‘Sim’.

O que pode adiantar sobre esse show? Participações, repertório…
Não posso adiantar nada porque não existe o contrato assinado. É melhor a gente aguardar. Mas pensando agora sobre isso, imagino que um show como esse tem de levar no repertório a minha história dentro desses últimos acontecimentos da minha carreira. Um show que atualize isso tudo para o público.

O que achou do resultado da final? Havia a torcida sua por alguém?
Depois que saí, deixei de acompanhar. Eu estava muito focada naquele processo e isso exigiu demais de mim; virou minha vida de cabeça pra baixo, mais do que eu imaginava. física e emocionalmente. Eu precisava me desligar de tudo um pouco, me reorientar, descobrir o que ficou de mim depois disso tudo. Mas todos que estavam ali mereciam levar. E o Sam (vencedor do programa) é um bom homem, tem uma voz linda e o Brasil foi quem elegeu o cara, então tá tudo certo.

Você esperava a repercussão nacional dos seus lamentos contra a música escolhida pela produção do programa para sua participação na semifinal ou mesmo se arrepende do que escreveu?
Isso foi uma coisa tão doida. Sou acostumada a escrever meus pensamentos no face e tudo sempre seguiu adiante. Pouca gente sabia de mim. Nada acontecia. A gente dentro de um processo daquele não tem muita noção da dimensão da coisa. Talvez se eu tivesse esperado alguns dias pra escrever, o texto fosse mais cuidadoso. Mas eu ia dizer a mesma coisa. O que eu entendi é que artista que diz o que pensa numa situação como essa é visto com rabo de olho, principalmente porque tem um lado da imprensa que bota fogo no que você diz e tem nêgo que compra aquilo, levando a história pra um caminho estranho, e daqui que você explique que não é bem assim, já passou muita água por baixo dessa ponte. Eu não nasci pra esse jogo.

Se a escolha fosse sua, qual música escolheria?
Carcará, de João do Vale e Zé Cândido.

Qual a melhor maneira de aproveitar essa exposição midiática: com shows para mostrar o trabalho dos dois primeiros CDs, ainda desconhecido do público sulista, ou aproveitar o momento para lançar um novo CD?

As duas coisas. Na minha cabeça, o Dois Tempos ia rodar 2013 inteiro e agora estaria finalizando um novo disco. Mas veio o programa e eu foquei total nele. E o show ficou escanteado por um tempão. Agora, os shows de 2014 serão a exibição/despedida dessa Turnê porque já estou trabalhando um novo de inéditas. Segundo semestre vem com cheiro de roupa nova.

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