Um relatório
do Conselho Nacional de Justiça concluído no final do ano passado revela que em
outro presídio brasileiro, o de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, há atrocidades
ainda mais medievais do que as registradas no Complexo de Pedrinhas, no
Maranhão, que recentemente voltou ao noticiário após a divulgação de um vídeo
em que três presos eram decapitados.
A cadeia
abriga um detento com graves distúrbios mentais. Conhecido como Pai Bola,
Antonio Fernandes de Oliveira, de 29 anos, matou com 120 facadas, em 2009, um
colega de cela que se recusou a ceder o telefone celular. Dois anos depois,
decapitou outro preso e comeu seu fígado, espalhando as vísceras pelas paredes.
A informação foi revelada na edição desta semana da revista Época.
Mesmo após
os crimes, apenas na semana passada a Justiça recorreu ao presídio em busca de
algum atestado sobre a saúde mental do assassino.
Em Alcaçuz
há só oito agentes penitenciários para cuidar dos 800 internos, que não dispõem
de atendimento médico e sofrem com doenças infecciosas, como a tuberculose.
Levantamento
do iG mostra que pelo menos 197 presos foram assassinados nas cadeias
brasileiras em 22 Estados no ano passado. Somente o Maranhão, que vive sua
maior crise carcerária, foi responsável por 30% do número de assassinatos em
presídios do país inteiro em 2013.
No Rio
Grande do Norte, o governo admite a morte de apenas um detento em 2012.
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