segunda-feira, 17 de junho de 2013

MARCO CIVIL DA INTERNET DEVE VOLTAR À PAUTA.


As revelações de monitoramento da internet feitas pelos Estados Unidos, que chocaram o mundo, deverão reacender as discussões em torno do Marco Civil da internet no Congresso Nacional. Os artigos mais polêmicos do projeto são os que tratam da neutralidade da rede, de direito autoral e da privacidade dos dados dos usuários - a guarda dos registros de conexão, que muitos consideram um fator de insegurança e risco para os internautas. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que o governo precisa ter uma política para dar garantias ao cidadão brasileiro de privacidade no uso da internet.

Representantes do governo, entre eles, os ministros da Justiça, José Eduardo Cardoso, e da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, deverão se reunir esta semana para discutir formas de acelerar a adoção de medidas e avaliar que tipo de reforço precisará ser dado a esta política. Paulo Bernardo defende que o projeto de lei de Proteção de Dados Pessoais, que passou por consulta pública e está tramitando no governo, seja concluído e enviado rapidamente ao Congresso.

O deputado Alessandro Molon (PT/RJ), relator do Marco Civil da Internet na Câmara, disse que o projeto está pronto. Ele contou que a presidência da Câmara pediu que os partidos indicassem as prioridades de votação e que o PT apontou o Marco Civil. A expectativa é de que outros partidos também apoiem a regulamentação, porque ela protege o usuário.

- O escândalo dos EUA deverá contribuir para acelerar a votação do Marco Civil da Internet. É um projeto de direitos humanos, de liberdade de expressão, da privacidade e da segurança na rede - disse o parlamentar.

O artigo 12 da proposta do Marco Civil impede que as empresas guardem os dados dos usuários (logs). Mas foi apresentada uma emenda que retirava esse artigo do projeto. Segundo especialistas, ela acaba com a privacidade do usuário, porque permite que os provedores de conexão armazenem os registros dos usuários de internet.

Eduardo Levy, diretor-executivo do SindiTelebrasil, associação das empresas de telecomunicações, comparou a proposta de "guarda de logs" ao sistema usado pelas operadoras para armazenar registros das ligações.


- Elas não guardam conteúdo. Guardamos por cinco anos as ligações feitas do celular. Não sei o que falou, mas sei de onde discou, para quem discou e quanto tempo falou. O equivalente a isto é guardar logs - disse. 

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