Depois de afirmar que o coronel morto há três
meses surgiu na forma de um passarinho, presidente venezuelano declara: 'Chávez
se fez montanha'
Depois de
dizer que o finado coronel Hugo Chávez o visitou na forma de um passarinho,
Nicolás Maduro voltou a delirar ao afirmar que o caudilho "aparece nas
montanhas" de Caracas. "Cada vez que olho para a montanha, vejo
Chávez aparecer, Chávez nosso de todos os dias, Chávez nosso de todas as
lutas", disse Maduro em um ato público na capital. Ele estava em um
estádio de beisebol, ouvindo reivindicações sobre transporte público, quando se
calou por um momento e observou a paisagem de Caracas, dominada pelo monte
Avila, símbolo da capital. "Chávez se fez montanha, Chávez se fez canção,
Chávez é o sorriso de um menino, Chávez voando como um passarinho, como
apareceu para mim, feito um passarinho cantando, apesar de a direita, essa
malvada e perversa, fazer piada, pois é minha crença, é meu amor e ponto".
COLÔMBIA – Em outro ato público, o
herdeiro de Chávez disse que Lula servirá de intermediário para um encontro com
o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. "Lula fez contatos com o
presidente Santos para uma possível conversa cara a cara”. O chavista disse
estar disposto a renovar as relações com a Colômbia, mas adotou um tom
desafiador. “Não aceito joguinhos de ninguém porque aqui não tem bobo
governando, aqui há chavistas e bolivarianos e estamos certos do que queremos”.
O governo
venezuelano ficou enfurecido com o fato de Santos ter recebido o líder opositor
Henrique Capriles na Casa de Nariño, em Bogotá, no final de maio. O ministro
das Relações Exteriores, Elías Jaua, esbravejou, o chefe da Assembleia Nacional
venezuelana, Diosdado Cabello, também. Santos classificou de
"loucura" as acusações de Maduro de que ele estaria conspirando com
Capriles para derrubar seu governo. Nesta sexta, o colombiano disse que nunca
teve a "intenção de provocar" Maduro ao receber Capriles e que, como
democrata, se reúne tanto com o governo como com a oposição. O venezuelano
rebateu dizendo que Santos sabe que “foi um erro o que fez” e que os
"fascistas da direita que desconhecem a democracia venezuelana" não
são democratas. Capriles se encontrou com Santos em Bogotá em busca de apoio
depois de perder a disputa presidencial para Maduro por apenas 1,5 ponto
percentual de diferença. Ele reclama que não foi realizada uma auditoria completa
dos votos e aponta irregularidades no processo eleitoral.
ESCASSEZ – Verborrágico, Maduro também
tratou de um dos maiores problemas venezuelanos, a economia. Ele ordenou a
liberação das reservas de alimentos do governo para combater o desabastecimento
– que em sua visão é culpa dos opositores, claro. “A direita fascista acha que
pode derrotar o povo venezuelano com a guerra econômica. Nós vamos mostrar a
eles quem pode mais, se eles, com sua sabotagem à economia, ou nosso povo”,
disse. Ele prometeu corrigir a tendência inflacionária com “mais produção” e
chamou a população a não cair na “guerra psicológica” correndo aos
supermercados para comprar de maneira excessiva, informou o jornal El Mundo.
A crise de
escassez de produtos básicos como açúcar, farinha ou papel higiênico no país
levou Jose Augusto Montiel, um estudante de engenharia química de 21 anos, a
criar um aplicativo no qual os usuários avisam onde os produtos mais procurados
estão disponíveis. Os usuários compartilham a informação de forma que qualquer
pessoa possa encontrar em um mapa o produto que precisa, a uma distância de um,
cinco, dez ou até 100 quilômetros. “Buscando papel higiênico, por favor,
espere”, indica o navegador durante a busca, que também pode ser realizada
especificamente em locais com preços regulados.
Venezuela: a herança maldita de
Chávez
Hugo Chávez
chegou ao poder na Venezuela em fevereiro de 1999 e, ao longo de catorze anos,
criou gigantescos desequilíbrios econômicos, acabou com a independência das
instituições e deixou um legado problemático para seu sucessor.
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