Após
analisar fotografias da cena da chacina ocorrida no início do mês na
Brasilândia, em São Paulo, o médico legista George Sanguinetti não acredita na
versão da polícia, que aponta que Marcelo Pesseghini, 13 anos, cometeu suicídio
após assassinar os pais - o sargento das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar
(Rota) Luis Marcelo e a cabo da Polícia Militar Andreia -, a avó Benedita de
Oliveira Bovo e a tia-avó Bernadete Oliveira da Silva. O médico ficou conhecido
por ter contestado a tese inicial da polícia que Paulo César Farias e Suzana
Marcolino teriam sido vítimas de homicídio seguido de suicídio em 1996. Após
refazer os laudos, ele indicou que os dois foram assassinados.
"É
básico em Criminalística e Medicina Legal que o perito só atesta o que
encontra, só declara o que pode provar", descreveu o legista em sua página
no Facebook. De acordo com Sanguinetti, o membro superior direito de Marcelo
encontra-se em flexão, o braço-antebraço na parte anterior do tórax (esternal)
dirigindo-se para o lado esquerdo da cabeça, onde a mão direita encontra-se na
parte esquerda do segmento cefálico. "O membro superior esquerdo,
braço-antebraço, em ângulo de 90 graus e a região palmar voltada para o
dorso", completou.
Diante da
posição e do fato do adolescente ser canhoto, o médico considera impossível que
Marcelo tenha disparado a arma de fogo. "Não estou contestando o trabalho
da polícia de São Paulo, apenas estou apresentando a 'linguagem do cadáver de
Marcelo', onde diz claramente que (ele) não foi autor do tiro que o
matou", afirmou.
Além disso,
Sanguinetti questionou a ausência de exame residuográfico positivo, como também
não foi detectada a presença de chumbo, pólvora, antimônio, bário na pele do
menino. Para completar, ele diz que, como o tiro teria sido com arma apoiada,
era importante também encontrar sangue e outros materiais orgânicos resultantes
da explosão dos gases (lesão de Hoffmann ou buraco de mina).
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