domingo, 5 de janeiro de 2014

ANÚNCIO DO NOVO PORTO DEVE SER FEITO NA PRÓXIMA SEMANA POR ROSALBA


A governadora Rosalba Ciarlini deve anunciar na próxima semana o escopo do projeto de um novo porto para o Rio Grande do Norte. Será uma das últimas ações do secretário de Desenvolvimento Econômico, Rogério Marinho, à frente da pasta, já que ele tem planos para se desligar entre o fim deste mês e o começo do próximo para se candidatar a deputado federal nas eleições de outubro.

Embora o prazo legal para desincompatibilizações seja abril, Marinho prefere sair antes. Seu adjunto Silvio Torquato foi convidado duas vezes para ocupar pela segunda vez o comando da Sedec.  A primeira foi quando o baiano Benito Gama deixou a Secretaria, em fins de 2012.

Na semana passada, Torquato recebeu o primeiro convite do chefe do Gabinete Civil, Carlos Augusto Rosado, e o segundo da própria Rosalba durante uma visita da governadora a Caicó, onde há planos para se construir o Centro Industrial num terreno localizado às margens da rodovia estadual RN 118, no sentido Jucurutu.  Em ambas as ocasiões ele aceitou.

Sobre o novo porto, ouvido hoje, Rogério Marinho pediu paciência. “A governadora vai anunciar tudo na semana que vem”, limitou-se a declarar. “Ela dará todas as informações sobre o assunto”, acrescentou. Mas, sabe-se que há um ano ele trabalha nesse projeto com a participação direta do deputado Henrique Eduardo, o homem que abre as portas dos ministérios em Brasília.

Os detalhes do projeto, inclusive o desenho da licitação a ser lançada, já estão definidos, mas também serão conhecidos a partir das palavras de Rosalba. Rogério limitou-se a afirmar apenas o que já vem repetindo nos últimos anos: o Rio Grande do Norte padece de problemas crônicos de infraestrutura que o condenaram a viver eternamente numa posição subalterna em relação aos vizinhos Pernambuco e Ceará e, pior, perdendo espaço até para a Paraíba.

A construção de um novo porto para o Rio Grande do Norte não é propriamente uma novidade. O problema é conseguir levar a cabo o sonho que já está incorporado ao imaginário. Durante o governo Wilma de Faria, que conseguiu emplacar quase oito anos, esse projeto manteve entretida muita gente que frequentava o gabinete do então secretário de Planejamento, Wagner Araújo.

A diferença de agora é que naquela ocasião, à custa de milhões em consultorias especializadas, foi produzido um estudo mais ambicioso (isso não quer dizer efetivo) de viabilidade técnica e econômica para a implantação de um sistema ferroviário que agisse complementarmente com um novo porto. Um seria a base do outro.

Esse estudo foi apresentado em meados de 2006 e mostrou alternativas para as ligações ferroviárias desde a capital até alguns dos maiores centros produtivos como Mossoró, Macau e Guamaré, para ficar só nesses casos.

Nessa época o aeroporto de São Gonçalo era apenas um sonho distante, mas já existia. O debate sobre a construção do novo porto começou como opção para o Porto Ilha em Areia Branca, tendo como alternativa B uma estrutura com uma correia transportadora de alguns quilômetros mar adentro em Porto do Mangue para escoar o minério que viria por trem. Custo em dezembro de 2005: U$ 60 milhões, uma nota preta na época e hoje um troco.

Não se imagina ainda o que a governadora pretende anunciar para o projeto do novo porto. A diferença agora, em relação ao passado, é que o aeroporto de São Gonçalo será inaugurado em abril e Henrique Eduardo é finalmente o presidente da Câmara dos Deputados, o que faz toda a diferença até quando se sonha. Menos, nesse caso, para Rosalba e o governador de plantão, Carlos Augusto.

Henrique chegou a tocar no assunto do novo porto por ocasião do seminário promovido por uma de suas empresas. A governadora não teria gostado. Quer ela mesma mostrar que seu governo não é feito apenas de obras emergenciais contra a seca e projetos descontinuados que mostram todo o descompasso com uma equipe desanimada com o futuro da administração.


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