Maria do Santíssimo utilizava técnica de
anilina sobre papel
A
programação do Agosto da Alegria conferiu atenção especial às artes visuais
este ano, e nesta quinta-feira abre exposição dedicada a um dos grandes nomes
da arte Naïf potiguar: a pintora primitivista Maria do Santíssimo (1890-1974).
A mostra “Uma canção ingênua”, disponível para visitação pública a partir das
15h30, na Pinacoteca do Estado, reúne obras do acervo da própria Pinacoteca e
da coleção pessoal de Iaperi Araújo. O valor histórico da retrospectiva deve
ser considerado, pois muitos dos trabalhos ainda são inéditos para o grande
público.
Maria do
Santíssimo utilizava a técnica da anilina sobre papel de embrulho ou almaço.
Autodidata, começou a pintar aos 9 anos, em São Vicente, município da região do
Seridó potiguar. Em meio às pouquíssimas condições materiais, fabricava seus
pincéis a partir de palitos da folha do coqueiro e inspirava-se na fauna e na
flora da região.
Embora
rústica e primitiva, a técnica vista nas obras proporciona a caracterização de
um estilo único e pessoal. Até ser descoberta nos anos 1960 pelo pintor Iaponi
Araújo, irmão de Iaperi, as pinturas de Maria do Santíssimo decoravam baús de
roupas e tralhas domésticas, oratórios, e até paredes. Por conta dos afazeres
domésticos, ela já tinha parado de pintar quando Iaponi inseriu a artista no
circuito nacional.
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