Por: Carolina Sarres
Em: Agência Brasil
O reajuste
do seguro-desemprego foi mantido em 6,2%, segundo resolução do Conselho
Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). O índice foi motivo
de desencontro entre setores do governo, quando foi cogitada a possibilidade de
elevação do reajuste para 9%, base de cálculo usada até janeiro deste ano e que
é a mesma utilizada para a correção do salário mínimo (R$ 678).
O ministro
do Trabalho, Manoel Dias, chegou a informar, em julho, que o aumento do
percentual de reajuste estava acertado com o governo para ocorrer a partir de
agosto. Dias, no entanto, voltou atrás e disse que o tema ainda estava em
negociação, depois de o Ministério da Fazenda negar ter dado aval para o
aumento, no momento em que o governo faz cortes de gastos.
A estimativa
era a de que o reajuste, caso fosse aprovado pelo conselho, geraria um gasto de
R$ 250 milhões até o final deste ano. De acordo com o Ministério do Trabalho,
são gastos R$ 30 bilhões por ano com o pagamento do seguro-desemprego.
O
conselheiro da Força Sindical, Sérgio Luiz Leite, disse à Agência Brasil que a
proposta de reajuste do benefício foi derrotada porque o governo chegou unido à
reunião. De acordo com ele, os votos dos empresários, somados aos dos
representantes do governo, foram maioria e derrotaram os dos trabalhadores –
determinando placar de 9 a 7 em favor da manutenção dos 6,2%.
Hoje foi eleito
o novo presidente do Codefat, o tesoureiro da CUT, Quintino Severo. "Vamos
solicitar uma reunião na primeira semana de setembro, para discutir o tema e
corrigir o erro do governo. É um contrassenso, em uma resolução do Codefat,
mobilizar a base para atropelar os desempregados para economizar R$ 700 mil
anualmente e prejudicar R$ 2 milhões de trabalhadores", explicou Sérgio
Leite, contestando o argumento do Ministério da Fazenda na reunião para barrar
a medida, em que foram citados recentes gastos com desonerações que deverão
alcançar R$ 90 bilhões.
A Agência
Brasil entrou em contato com o Ministério do Trabalho, mas não obteve resposta
até o momento da publicação desta matéria.
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