O governo brasileiro tem adotado medidas para
conter
a valorização da moeda, mas alta continua
Apesar das
intervenções do Banco Central (BC), o dólar encostou em R$ 2,40 e voltou a
fechar no maior nível em mais de quatro anos. O dólar comercial encerrou a
sexta-feira vendido a R$ 2,3960, com alta de 2,46%. A cotação é a maior desde 3
de março de 2009, quando a moeda tinha sido vendida a R$ 2,441.No ano, o câmbio
subiu 16,99%, a maior alta acumulada desde o início das turbulências no sistema
financeiro internacional. Apenas em agosto, o dólar registrou aumento de 4,97%.
Pela manhã,
o Banco Central vendeu US$ 1,076 bilhão no mercado futuro para conter a alta da
moeda norte-americana. Além disso, a autoridade monetária rolou (renovou) US$
989 milhões de contratos de leilões de venda de dólares que venceriam em 2 de
setembro. As ações, no entanto, não surtiram efeito. A cotação acelerou a alta
depois das 13h e fechou na máxima do dia.
TURBULÊNCIAS
Desde o fim
de maio, o mercado financeiro global enfrenta turbulências devido à perspectiva
de que o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, reduza os
estímulos monetários para a maior economia do planeta. O Fed poderá aumentar os
juros e diminuir as injeções de dólares na economia global caso o emprego e a
produção nos Estados Unidos mantenham o ritmo de crescimento e afastem os
sinais da crise econômica iniciada há cinco anos.
A
instabilidade piorou depois de Ben Bernanke, presidente do Fed, ter declarado,
em 19 de junho, que a instituição pode diminuir a compra de ativos até o fim do
ano caso a economia americana continue a se recuperar. Se a ajuda diminuir, o
volume de dólares em circulação cai, aumentando o preço da moeda em todo o
mundo.
Nos últimos
meses, o governo brasileiro tem adotado medidas para conter a valorização do
dólar. Além de vender dólares no mercado futuro, o Banco Central retirou parte
do compulsório sobre as apostas de que o dólar vai cair e eliminou restrições
de prazos para que os exportadores financiem antecipações de pagamentos.
A equipe
econômica também retirou barreiras à entrada de capitais estrangeiros no país.
O Ministério da Fazenda zerou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para
os estrangeiros que aplicam em renda fixa no Brasil. Desde outubro de 2010, a
alíquota em vigor era 6%. A venda de moeda estrangeira no mercado futuro também
ficou isenta de IOF.
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