GLÊNIA SANTOS
Glênia
Aparecida Santos, atriz, cantora, compositora e grande batalhadora pela difusão
cultural do nosso município.
Atriz
premiada no FESTUERN com a peça O Canto da Sereia, de Makarios Maia; Cantora
premiada no Festival da
Canção Potiguar com a música Selva de Pedra, composição sua... Uma belíssima
música que faz parte da programação da Web Rádio Poesia.
Estará
presente na Festa da Colonização que ocorrerá do dia 20 ao dia 23 de Agosto de
2013, no adro da Igreja Nossa Senhora dos Navegantes, em Guamaré. Apresentar-se-á
em dois dias, um dia se apresentará com o Grupo Locomotiva presenteando a todos
com a sua bela voz e no outro dia estará se apresentando com a Cia de Teatro
Madalena com a esquete “A Feira”.
Perguntamos
aqui: O que está faltando para a cultura local decolar se existem grandes
talentos assim em nosso município?
A Web Rádio
Poesia bateu um papo com esta artista. Vejamos na íntegra a entrevista com
Glênia Santos.
WRP - Qual o seu nome completo e onde nasceu?
GS - Meu nome de batismo
é Glênia Aparecida Santos, mas uso o Glênia Santos como nome artístico, e sou
Macauense.
WRP – Qual a sua área de atuação
na cultura local?
GS - Atualmente tenho um
projeto chamado LocoMotiva, que tem como essência a musica, também faço teatro
na Cia de Teatro Madalena, assim através dos mesmos, juntamente com amigos de
interesse em comum, estamos na batalha de suprir essa carência cultural local.
WRP – Quando iniciou o seu
interesse pela cultura?
GS - Comecei por um acaso [risos],
embora ache que nada seja por acaso, através de um trabalho escolar, onde tive
a ideia de usar a voz (cantando) como artificio, comecei participando de grupos
vocais também escolares, depois me foi apresentado o teatro, e fui me
apaixonando a cada descoberta, daí por diante só fui tomando consciência de que
tudo isso faria parte de mim, da minha essência, e que se me arrancassem isso,
seria como arrancar um membro meu.
WRP – Fale-me de seus trabalhos
na área da cultura.
GS - Como já citei antes,
estou com a LocoMotiva agora, trabalhando em um repertório novo, composições
próprias, juntamente com meu amigo Leoto Barbosa, as letras falam das diversas
faces da arte e suas manifestações, diretamente e indiretamente. Também atuo na
Cia de Teatro Madalena por volta de três anos, tendo participado de festivais,
o ultimo foi O Canto da Sereia de Makarios Maia, tendo sido premiado no
FESTUERN, já passei por dois grupos vocais, sendo que o conhecido aqui em
Guamaré é “O Quarteto Madalena”, que hoje está com outra formação.
WRP – Quais os seus planos
futuros para a cultura local?
GS - Creio que a palavra
chave é “movimento” para essa pergunta, pois a nossa cultura está andando de
muletas. Temos um traçado estabelecido, estamos executando amistosamente até
onde podemos, mas como já diz o ditado: “Uma andorinha só, não faz verão”,
almejo que o amanhã seja bem resolvido. Então, que seja através da musica ou do teatro
vou estar tentando do lado de cá sem cansar, mudar essa visão sórdida do nosso
meio social! Independente de onde esteja pretendo sempre estar colaborando para
cultura local de alguma forma.
WRP – Como você ver a cultura
local?
GS - Comparando o ontem e o hoje, já
melhorou um pouco as coisas por aqui, mas muito pouco mesmo, em vista da
posição que a cultura teria que realmente tomar, diria que a nossa cultura é
rica e pobre ao mesmo tempo, rica porque temos pessoas do meio cultural de alta
qualidade, e pobre pelo fato de não termos um espaço digno para execução dessas
manifestações culturais, viso um desleixo das autoridades em beneficio de nossa
cultura local.
WRP – O que você acredita que se
pode fazer para melhorarmos a forma de se fazer a cultural local?
GS - Abrir espaço para que
essas manifestações artísticas se apossem, e deixe reverberar, e veremos que,
os resultados positivos principalmente com relação aos jovens vão surgir.
WRP – Cite referências culturais
que você admira, em qualquer campo cultural.
GS - Se
for citar o povo todo da musica, teatro, poesia, vou passar horas escrevendo [risos],
então vou citar um de cada; na musica o ícone divino, Chico Buarque, digo que Chico
sempre me chicoteia com suas canções, me invadem de uma forma visceral, no
teatro o grande Augusto Boal com o Teatro do Oprimido, deixo aqui uma citação:
“A noite cai sobre
o mundo. Que fazer? Silenciar?
Sinto sincero
respeito por todos
aqueles artistas que dedicam
suas vidas a sua arte – e
seu direito ou condição.
Mas prefiro aqueles que dedicam sua
arte à vida.
Em defesa da
arte e da estética,
Em tempos de
crise e de paz.
Arte não é
adorno,
Palavra não é
absoluta,
Som não e ruído,
E as Imagens falam.”
(A Estética do Oprimido- Augusto Boal)
E o Fernando Pessoa e seus heterônimos
na poesia.
WRP – Fale livremente sobre a
cultura local e seus seguimentos, incentivos ou deficiências.
GS - As pessoas estão acomodadas com relação à nossa cultura, estão
colocando-a em uma posição de baixo nível, e isso me incomoda profundamente,
tem muita coisa a ser passada por uma metamorfose tremenda de conscientização. Indo da estrutura física que deveria ter, até
o valor e reconhecimento dos artistas locais, que são descartados geralmente. Nós
artistas estamos lutando com todas as forças para mudar isso, mas precisamos
que as autoridades cooperem também.
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