Estudo
aponta que a campanha de Aécio Neves (PSDB) utilizou "robôs" para
influenciar a opinião de usuários nas redes sociais durante o debate do último
domingo (28), realizado pela TV Record. O levantamento foi feito pelo
Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) da Universidade
Federal do Espírito Santo, a pedido da Folha de S. Paulo.
A pesquisa
mostra que menções ao candidato tucano, utilizando hashtags como
#debatenarecord e #VotoAecioSou45, cresceram substancialmente a partir do
início do evento na televisão. O rastreamento identificou perfis falsos que
replicavam mensagens em favor de Aécio Neves e contra seus adversários.
Em um
período de 15 minutos, as citações ao Senador subiram vertiginosamente,
chegando ao patamar de Dilma Rousseff (PT), a candidata mais forte nas redes. A
análise mostrou que tanto a petista quanto Marina Silva (PSB) não utilizaram da
tática.
Os BOTS,
como são conhecidos tais perfis falsos, funcionam como influenciadores dos
temas a serem discutidos nas redes. Eles fortalecem posts positivos, ao mesmo
tempo que rebatem mensagens de apoiadores dos adversários.
De acordo
com Fábio Malini, coordenador do Labic, não é tão simples reconhecer um
"robô". "Verificamos a origem do avatar utilizado como imagem do
perfil, e suas redes de relacionamento, de seguidores e seguidos (Twitter), de
amigos, grupos e comentários em páginas (Facebook)", afirmou.
Malini
segue: "apesar de ampla democratização do pensamento que as redes sociais
trazem, muitas 'gangues digitais' passaram a vender a capacidade de pautar a
sociedade por meio de estratégias refinadas de geração de 'trending
topics'".
Segundo o
Labic, grande parte dos perfis influenciadores estão ligados a Eduardo
Trevisan, proprietário da Face Comunicação On Line Ltda. Sua empresa é
especializada em monitoramento de redes e recebeu, até o início do mês, de
acordo com a Folha, R$ 130 mil da campanha de Aécio. "O que o estudo
revela é uma profunda ligação interativa dos BOTS com @edutrevisan. O que isso
significa? Que os BOTs retuitam continuamente o @edutrevisan em vários
momentos", explica.
Trevisan se
defende, dizendo ser vítima da ação de tais "robôs". À Folha, ele
afirmou que "alguém criou uma estrutura colossal que dá retuítes em dois
perfis meus, o pessoal e um outro". O PSDB divulgou nota alegando que
notou um "comportamento anormal" em seus perfis no Twitter e que
"tem a preocupação de identificar os perfis que poderiam eventualmente
prejudicar a campanha e denunciá-los ao Twitter".
(***) FONTE: Conexão Jornalismo
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