Após receber
uma nova proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) nesta sexta-feira
(3), a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)
informou, na madrugada deste sábado (4), que o Comando Nacional dos Bancários
vai recomendar à categoria o fim da greve, que começou no dia 30 de setembro.
Segundo a
Contraf-CUT, os trabalhadores dos bancos públicos e privados vão decidir em
assembleia pelo fim ou não da paralisação na próxima segunda-feira (6). Em todo
o Brasil, 134 sindicatos representam a categoria e irão levar a proposta da
Fenaban para votação dos bancários.
Na 9ª rodada
de negociação, a Fenaban propôs elevar o índice de reajuste de 7,35% para 8,5%
(aumento real de 2,02%) nos salários e demais verbas salariais, de 8% para 9%
(2,49% acima da inflação) nos pisos e 12,2% no vale-refeição.
Em relação
aos dias parados, a entidade dos bancos propôs compensação de uma hora por dia
no período de 15 de outubro a 31 de outubro, para quem trabalha 6 horas, e uma
hora no período entre 15 de outubro e 7 de novembro, para quem trabalha 8
horas.
"Vemos
essa proposta como positiva. É um aumento maior do que no ano passado e também
é muito importante a criação de mecanismos de combate à pressão por venda de
produtos. Foi um avanço. Nos últimos anos nos tentaram vencer pelo cansaço,
tanto que a greve em 2013 durou 26 dias. Parece que eles aprenderam com os
erros e resolveram de fato apresentar uma proposta melhor", afirmou Carlos
Cordeiro, presidente da Contraf, por telefone ao G1.
Paralisação
A greve dos
bancários, que entrou nesta sexta-feira (3) em seu quarto dia, já fechou 10.355
agências pelo país, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro (Contraf-CUT). A paralisação, segundo a entidade, é por tempo
indeterminado. Sindicatos de todos os estados confirmaram adesão à greve, além
do Distrito Federal.
A greve foi
iniciada apenas em agências bancárias, mantendo o funcionamento de caixas
eletrônicos, serviços de teleatendimento e centros administrativos.
No entanto,
segundo o sindicato, na quarta-feira, bancários de São Paulo e do Rio de
Janeiro paralisaram alguns callcenters, telebancos, centros administrativos,
serviço de apoio ao cliente e central de atendimento em São Paulo e no Rio de
Janeiro.
Veja aqui as
opções para realizar operações bancárias, como transferências e pagamentos,
durante a paralisação nas agências bancárias.
Notificações do Procon
O Procon do
Rio Grande do Norte notificou o Sindicato dos Bancários do estado para garantir
efetivo mínimo de 30% de funcionários trabalhando durante o período de greve. A
notificação orienta que caixas eletrônicos permaneçam disponíveis.
Houve também
notificação no Tocantins, onde a paralisação teve adesão de 60% dos
funcionários de acordo com o Sindicato dos Bancários do Tocantins (Sintec-TO).
O Procon-TO notificou o Sintec que mantenha pelo menos 30% dos funcionários
trabalhando e os caixas eletrônicos disponíveis.
Reivindicações dos
bancários
Os
trabalhadores que decidiram pela greve pedem reajuste salarial de 12,5%, além
de piso salarial de R$ 2.979,25, PLR de três salários mais parcela adicional de
R$ 6.247 e 14º salário. A categoria também pede aumento nos valores de
benefícios como vale-refeição, auxílio-creche, gratificação de caixa, entre
outros.
Além do
aumento de salário e benefícios, os bancários também pedem melhores condições
de trabalho com o fim de metas consideradas abusivas, combate ao assédio moral,
igualdade de oportunidades, entre outras demandas.
No sábado
(27), o Comando Nacional dos Bancários confirmou o indicativo de greve mesmo
após uma nova proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). As
instituições financeiras haviam elevado o reajuste de 7% a 7,35% para os
salários, e o aumento no piso da categoria de 7,5% para 8%. No entanto, os
novos índices foram considerados insuficientes pelos bancários em reunião
realizada em São Paulo.
Em 2013, os
trabalhadores do setor promoveram uma greve de 23 dias, que foi encerrada após
os bancos oferecerem reajuste de 8%, com ganho real de 1,82%. A duração da
greve na época fez a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) pedir
um acordo para o fim da paralisação, temendo perdas de até 30% nas vendas do
varejo do início de outubro.
Em nota, a
Fenaban "reafirma sua confiança na manutenção das negociações para um
desfecho da convenção coletiva 2014/2015". A entidade ainda "ressalta
que o consumidor dispõe de vários canais para a realização de transações
financeiras, tais como internet, o banco por telefone, o aplicativo do banco no
celular. Há também os caixas eletrônicos e rede 24 horas, que ficam disponíveis
em supermercados, aeroportos, shoppings, lojas comerciais e centros comerciais,
além dos correspondentes, que estão espalhados por todo o Brasil".
(***) FONTE: Conexão Jornalismo
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