quarta-feira, 22 de outubro de 2014

LÍDER TUCANO ATACA BRASIL DOS POBRES QUE APOIA DILMA


As eleições deste ano serão marcadas por um muro construído entre dois Brasis. O que separa ricos e pobres, Sul e Sudeste de Norte e Nordeste. E, embora esta cisão seja atribuída ao PT, por conta da vitória no primeiro turno de forma esmagadora nos estados nordestinos, é no pensamento manifesto dos principais representantes tucanos que o fosso que separa ricos e remediados é apresentado de maneira mais concreta.

A internauta de Conexão Jornalismo, Julia Ferreira Tatto, observou numa leitura no site do PSDB o quanto o preconceito de lideranças tucanas tem se mostrado contundente. Alberto Goldman, um ex-filiado ao partidão e filho de judeus, ex-governador de São Paulo após renúncia de Serra, escreve artigo onde evoca o perfil intelectual dos eleitores do tucanato em dicotomia ao eleitor do PT.

Diz ele: "O Brasil do trabalho formal, produtivo, dos seus trabalhadores e empresários, no campo e na cidade, o Brasil da cultura e da tecnologia - essa é, de fato, a elite brasileira - rejeitou, por ampla maioria, o PT e sua candidata. Deu mais votos a Aécio e Marina. Os outros, com todos os direitos que lhes devem ser garantidos e com toda a proteção social que a sociedade lhes deve, são os excluídos. Deram a maioria dos votos à Dilma".

Goldman, pelo visto, absorveu muito pouco na sua origem familiar ou mesmo política. Filho de imigrantes judeus que fugiram do massacre nazista na Polônia, sabe, ou deveria saber, como poucos, o quanto o preconceito pode custar caro quando o tema é de caráter social ou antropológico. Mais ainda, sua passagem por um partido que defende historicamente a luta de classes, mas também o igualitarismo de tratamento, com atenção especial aos proletários e miseráveis, deveriam fazê-lo um homem melhor, mais humanista e generoso.

Com quatro mandatos de deputado federal e outros tantos de estadual e cargos públicos, o economista de 77 anos revela-se acima de tudo um bárbaro da intolerância. Alheio aos avanços sociais e, naturalmente, ao reconhecimento destas conquistas traduzido em votos, ele destila o veneno do preconceito que tão mal faz à sociedade brasileira. Trata-se de uma senha da derrota, da discórdia e do desamparo de uma elite que não olha para o próprio passado quando sua única razão de existência é a ambição do poder.

(***) FONTE: Conexão Jornalismo


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