Por: Alessandra Bernardo
Presentes na
VIII Reunião Deliberativa do Conselho Nacional de Gestores Estaduais de
Proteção e Defesa Civil (Congepdec), em Natal, os representantes da Defesa
Civil dos 26 estados e do Distrito Federal falaram sobre capacitações, novos
equipamentos e as práticas adotadas em todo o país pelos órgãos para ações de
prevenção a desastres, redução de danos e atendimento à população, na manhã
desta quinta-feira (16). Durante o evento, foi abordada a necessidade de
fortalecimento do órgão potiguar, com autonomia administrativa e financeira,
para uma ação mais rápida e eficaz.
Segundo o
presidente do Congepdec e comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar do
Amazonas, coronel Roberto Rocha, é preciso que a próxima gestão estadual
invista no fortalecimento da Defesa Civil do Rio Grande do Norte para que ela
seja um órgão independente e desvinculado da Secretaria de Estado da Segurança
Pública (Sesed). Que isso seria a forma mais indicada para aumentar a
eficiência desta nas respostas aos desastres que podem acontecer no Estado.
Ele disse
que apenas seis estados do Brasil – nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste,
não possuem uma defesa civil fortalecida e que o restante do país todo já se
adaptou, se desvinculou e possui autonomia própria financeira, como por
exemplo, o Amazonas, que tem uma secretaria muito forte e que faz trabalhos e
ações conjuntas com os municípios e o governo federal. Para ele, o Rio Grande
do Norte é um estado que inspira cuidados e preocupações ao Congepdec, por uma
série de riscos relacionados à evolução de desastres naturais, como o ocorrido
em Mãe Luíza em junho passado e também à falha geológica existente no interior.
“As pessoas
vêem um litoral bonito e tranquilo no Rio Grande do Norte, mas existe uma falha
geológica muito importante e abalos sísmicos ocorrendo no interior, além do
risco de deslizamentos e ressacas marítimas, que já deram bastante prejuízos
para a Capital. Temos acompanhado tudo isso, juntamente com a coordenação
estadual de defesa civil potiguar, é isso é uma linha de pesquisa e de
necessidade que precisamos orientar, ajudar e contribuir para que os colegas do
estado e do Nordeste também tenham uma evolução e fortalecimento da cultura”,
explicou o coronel Rocha, que também é secretário de Defesa Civil no Amazonas.
Segundo o
comandante da Defesa Civil potiguar, tenente-coronel Josinaldo Acioli, há um
projeto de estruturação organizacional da coordenadoria e, em paralelo, outro
de transferência desta para o Corpo de Bombeiros. Ele disse que ambos dependem
exclusivamente do interesse do executivo estadual, onde estão tramitando desde
2012. Também falou sobre o trabalho de parceria realizado com os municípios nas
ações de prevenção e combate a desastres.
“Trabalhamos
articulados com vários setores, estruturas organizacionais e principalmente com
as 148 coordenadorias municipais criadas por lei, sempre procurando estimular e
apoiando tecnicamente os chefes dos executivos municipais, para que eles
procurem estruturar seus órgãos porque é lá onde eles estão instalados que
acontecem os desastres. E isso é importante porque muitas vezes, as respostas
do estado e da União demoram a chegar e, ele poderia dar uma atenção mais
rápida e eficaz”, afirmou.
Congepdec comemora sete
anos de criação
Coronel
Roberto Rocha disse que o Congepdec está comemorando sete anos de existência e
que, apesar da defesa civil no Brasil ser muito jovem ainda, em relação a
países da Europa, por exemplo, eles estão conseguindo congregar valores,
opiniões e fortalecer o sistema, que é o maior objetivo. E que é preciso
estruturar não só o estado, mas também todos os municípios brasileiros para que
eles possam se organizar e dar uma resposta rápida e eficiente no momento do desastre.
“Depois é
que vem a reabilitação, o restabelecimento e a reconstrução, mas o socorro
nesse momento tem que estar fortalecido, tem que ter material, pessoal,
acessórios, auxílios financeiros, alugueis sociais, alimentação para os
atingidos, enfim, temos que ter uma resposta forte porque isso é uma resposta
do governo. Se ele tratar bem quem foi acidentado, quem foi afetado, com
certeza dá resposta ao carinho e à preocupação que ele tem com todo o estado,
então, por isso, achamos importante o estruturamento de toda a defesa civil no
país”, explicou.
Ele disse
ainda que a defesa civil funciona em sintonia no Sudeste, por ter um número
maior de habitantes. “Atravessamos uma seca no nordeste que já dura dois anos,
no sul, atravessamos vários alagamentos e deslizamentos. No centro-oeste,
saímos de uma inundação e entramos em uma queimada e no amazonas, vemos uma
inundação que ultrapassa um período normnal de ciclo, passou de quatro para
seis meses de cheia, tudo isso tem que ter pesquisa cientifica, coordenação e
se não houver essa preparação, esse fortalecimento, nós e a população vamos
sofrer muito com isso”, afirmou.
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