quarta-feira, 22 de outubro de 2014

CAFÉ FILHO, UMA VÍTIMA DO DESCASO


Fechado para visitação pública há mais de cinco anos, o Museu Café Filho segue sem perspectiva de reabertura na Cidade Alta. E de acordo com a Fundação José Augusto, órgão responsável pela gestão do espaço, a retomada das obras paralisadas em agosto do ano passado dependem de uma nova licitação – enquanto isso os cupins dominam o sobradinho, primeiro imóvel residencial de dois pavimentos de Natal, e corroem a já rarefeita memória da cidade. Construído entre 1816 e 1820, o lugar sediou por dois anos o sindicato trabalhista criado e presidido por Café Filho (1899-1970), único potiguar a chegar a presidência do Brasil como vice na chapa de Getúlio Vargas, governando o país entre agosto de 1954 e novembro de 1955. Originalmente orçada em R$ 150 mil, a obra de restauração do Museu Café Filho se arrasta desde 2009 sem um motivo aparente.



Segundo Sérgio Wiclife Paiva, engenheiro da FJA, a descontinuidade nas obras de restauração do prédio acarretou a rescisão do contrato com a empresa que prestava serviço. “Agora dependemos de nova licitação, a ser conduzida pelo programa RN Sustentável”, informou Sérgio. Vale lembrar que a paralisação do trabalho foi ocasionado devido diferenças de entendimento entre a Fundação José Augusto e o Iphan-RN quanto a recuperação do telhado conhecido como 'véu de noiva'. Questionado sobre o ataque de cupins que acomete o mobiliário e o madeiramento do telhado, o engenheiro informa que não há nenhum plano de contenção: “Não adianta tentar conter os cupins e abandonar de novo”, tenta justificar Paiva.



Ele explicou que quando FJA e Iphan-RN fecharam acordo sobre o serviço no telhado não havia mais dotação orçamentária. “Quando se devolve dinheiro aos cofres públicos”, disse Sérgio Wiclife, “nada garante que ele vá retornar para o mesmo lugar onde estava sendo aplicado. Nosso objetivo é deixar tudo licitado e pronto para ser executado pelo próximo governo”, adiantou.


A assessoria de imprensa do RN Sustentável informou que aguarda relatório da Secretaria de Infraestrutura até o fim desta semana para dar andamento a licitação. “Nesse relatório tem o levantamento do que foi contratado e executado”.

Construído em estilo colonial, os dois pavimentos do imóvel abrigam desde 1979 documentos, comendas e objetos do ex-presidente.

(***) FONTE: Tribuna do Norte
(**) IMAGENS: Yuno Silva


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