População
vai se pronunciar se apoia ou não redução para 16 anos
em caso de crimes graves.
No Uruguai,
o país mais seguro da América Latina, a população vai se pronunciar no domingo
(26), junto com as eleições nacionais, se apoia um projeto de redução da idade
penal para 16 anos em caso de crimes graves.
Um problema
do governo do esquerdista José Mujica, o clamor por mais segurança levou a uma
campanha que tem como principal apoio o candidato à Presidência pelo Partido
Colorado, Pedro Bordaberry. O abaixo-assinado a favor da redução superou em
mais de 100.000 assinaturas, sendo que eram necessárias, para a realização do
plebiscito, 250.000.
"A
reforma que é votada com 'sim' estabelece, em primeiro lugar, que a lei penal
proteja as vítimas do crime e os cidadãos honestos", disse Bordaberry
durante um ato na reta final de uma campanha. Ele ocupa o terceiro lugar nas
preferências dos eleitores, com 15% das intenções de voto, de acordo com
pesquisas.
O
ex-presidente Tabaré Vázquez (2005-2010), primeiro presidente de esquerda da
história do país, lidera as pesquisas seguido por Luis Lacalle Pou, do Partido
Nacional (PN).
Bordaberry
está praticamente sozinho contra a esquerda e dezenas de organizações sociais e
organismos internacionais, como o Unicef.
Fabiana
Goyeneche, porta-voz do movimento contrário à redução, disse à AFP que estudos
nacionais e internacionais mostram que não se reduz o índice de criminalidade
baixando a idade penal. Pelo contrário: “Pode ser pior para a segurança, já que
os adolescentes que são presos com frequência saem mais violentos",
acrescentou.
A proposta
busca reduzir de 18 para 16 anos a idade penal em caso de homicídios, lesões
graves, roubo, extorsão, sequestro e estupro, entre outros crimes.
Segundo o
Global Peace Index 2014, que, desde 2007, classifica 162 países, o Uruguai é o
país mais seguro da América Latina, uma posição à frente do Chile e 28 lugares
atrás do país mais seguro do mundo, a Islândia.
No entanto,
para muitos uruguaios a sensação crescente de insegurança é um tema que causa
transtornos para a esquerda desde a sua chegada ao poder, há quase 10 anos.
O Uruguai,
país com 3,3 milhões de habitantes, no primeiro semestre de 2014 registrou 138
homicídios, nove deles cometidos por adolescentes, de acordo com o Observatório
Nacional sobre Violência e Criminalidade. O número é igual ao do mesmo período
do ano passado, mas, nesse caso, 12 foram cometidos por menores de idade.
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