Por: Mariana Tokarnia
Nas placas,
ela é representada curvada, apoiada em uma bengala. Mas, na vida real, parte da
população de 60 anos ou mais tem imagem diferente. Com maior expectativa e
qualidade de vida, os idosos, que comemoram hoje (1º) o seu dia, têm viajado
mais, estudado, comprado e ocupado espaços públicos e virtuais. O Dia do Idoso
foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a data,
posteriormente, foi escolhida para a criação do Estatuto do Idoso, que comemora
11 anos.
“Dá preguiça
não fazer nada”, sintetiza Elisabete Carvalho do Santos, representante de uma
geração que se mantém ativa na velhice. Aposentada, 80 anos, ela dança, canta e
vai à igreja. “Já trabalhei muito e não deixo de trabalhar. Quando estou em
casa, gosto de fazer crochê e tricô”, diz.
Os idosos
são hoje no país 26,3 milhões, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número
representa 13% da população. A expectativa é que esse percentual aumente e que
em 2060 chegue a 34%, segundo previsão do próprio IBGE.
A idade, no
entanto, assusta. Não é raro o medo do envelhecimento. A preocupação em
construir uma imagem diferente para os idosos foi o que motivou o movimento
Nova Cara da 3ª Idade, da agência Garage IM. O alvo da mudança é o símbolo do
idoso, presente em placas e adesivos.
“Hoje, o
idoso é retratado como uma pessoa em decadência, curvado e dependente de uma
bengala (como nas imagens que o representam), da ajuda de terceiros. Isso não é
mais verdade. Há perda de vitalidade, mas o idoso hoje vive mais, está mais
saudável, ativo e produtivo. O país está em processo de envelhecimento e
levantar essas questões é uma forma de começar
a conscientização da sociedade sobre o tema”, diz o fundador da Garage
IM e criador do movimento, Max Petrucci.
A agência
criou um novo símbolo, no qual uma pessoa aparece ereta ao lado de 60+. A
proposta é que as pessoas imprimam a nova representação e a espalhem em espaços
públicos. “Além da experiência e do conhecimento acumulado, que são de grande
valor para a sociedade, essas pessoas são ativas, bem dispostas e têm o tempo
disponível para viver uma vida em que podem escolher o que querem fazer e como
querem. É um novo momento na vida e é possível passar longe da imagem do velho
resmungão”, acrescenta Petrucci.
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