São Paulo (AE) - Candidata a vice-presidente
pelo PSB, Marina Silva disse nesta sexta-feira, 15, a dirigentes e integrantes
do partido que não iria se opor à intenção da legenda de fazer uma consulta
interna sobre a possibilidade de que ela seja a cabeça da chapa no lugar de
Eduardo Campos, morto na quarta-feira, 13, em um acidente aéreo em Santos (SP).
Marina foi questionada sobre o assunto durante um encontro com a cúpula do PSB
nesta sexta, do qual participaram o atual presidente nacional da sigla, Roberto
Amaral, e o secretário executivo, Carlos Siqueira.
Desde a
morte de Campos, Marina está reclusa em seu apartamento em São Paulo e se
recusa a falar sobre a corrida eleitoral após o acidente. A ex-ministra, no
entanto, teria dito que não poderia se opor a uma decisão do partido. O PSB vai
consultar as suas lideranças e parlamentares nos próximos dias e espera tomar
uma decisão na quarta-feira,20, quando haverá uma reunião da Executiva da
sigla.
Relato
Segundo o
presidente em exercício da sigla, Roberto Amaral, foi comunicado a Marina que o
PSB vai se reunir na próxima quarta-feira, 20, para tomar uma decisão referente
ao processo eleitoral. Já há consenso, porém, que o nome da vice é o ideal para
assumir a cabeça de chapa.
“A nossa
prioridade é enterrar o Eduardo. Fazer as homenagens que ele merece. Somente
depois vamos discutir o cenário eleitoral”, afirmou.
Estiveram no
apartamento da vice, além do Amaral, o secretário executivo, Carlos Siqueira, a
deputada Luiza Erundina (PSB), e Milton Coelho, que foi secretário de Campos em
Pernambuco. O porta-voz da Rede Sustentabilidade, Walter Feldman, também
acompanhou o grupo. Bastante emocionado, Amaral disse que não visitou a
ex-ministra antes porque “não tinha condições emocionais”. “A gente olha para a
Marina e vê o Eduardo.”
RESPEITO
Amaral é
apontado como um dos principais focos de resistência ao nome de Marina.
Bastante ligado ao PT, ele foi contra a aliança com a ex-ministra e havia se
afastado do dia a dia da campanha.
Questionado
sobre o assunto, disse que jamais escondeu as divergências com Marina, mas
afirmou que isso nunca os impediu de ter uma relação respeitosa.
Segundo os
presentes na reunião, Marina continua bastante emocionada com o que aconteceu.
Ela teria conseguido falar com Renata, a viúva de Campos, por telefone na noite
de quinta-feira, 14.
Prazos
De acordo
com a legislação eleitoral, o PSB tem dez dias, a partir da data da morte de
Campos, para apresentar um novo candidato à Presidência. Na terça-feira, 19, na
estreia do horário eleitoral na TV, o PSB vai homenagear Campos na propaganda.
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