sexta-feira, 1 de agosto de 2014

ZABÉ DA LOCA SOB O CÉU DE ZABÉ


Isabel Marques da Silva, mais conhecida como Zabé da Loca, é uma pifeira brasileira. Nasceu em Buíque, Pernambuco. Seu apelido se deriva do fato de ter vivido por mais de 25 anos em uma loca (ou gruta), fechada por duas paredes de taipa em um sítio nas proximidades de Monteiro, Paraíba.

Desde os sete anos de idade, Zabé é tocadora de pífano, uma flauta rudimentar e tradicional do Nordeste brasileiro. A artista passou a infância e juventude trabalhando no campo e fazendo música na cidade de Buíque, agreste de Pernambuco.

Ao se casar, mudou-se para o interior da Paraíba, teve três filhos e, em 1966, ficou viúva e viu sua casa literalmente ruir. A única alternativa foi morar com a família em uma gruta (uma “loca”, na linguagem da região), cuja entrada tapou com paredes de taipa e onde passou o seguinte quarto de século. Surgiam dali o apelido e as condições que talhariam sua música.

Do pife, Zabé da Loca extrai o som do seu universo paralelo. Descoberta pela mídia em 1995, a artista saiu da caverna. Assentada da Reforma Agrária, sua música – sem tempo, sem espaço – faz sentido tanto para os tradicionalistas quanto para os jovens. A pifanista serviu de inspiração em discos de artistas como o percussionista argentino Ramiro Mussoto e o grupo paraibano Cabruêra.

Em 2003, gravou seu primeiro CD, Canto do Semi-Árido, com composições próprias e uma versão de Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.


Apresentou-se em 2004 no Fórum Cultural Mundial, ao lado de Hermeto Pascoal. Em 2007, gravou o CD Bom Todo, lançado no ano seguinte no Sesc Pompéia, em São Paulo. Ainda em 2008, recebeu a Ordem ao Mérito Cultural, do Ministério da Cultura. Também foi eleita "Revelação da Música Brasileira", no Prêmio da Música Brasileira.

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