Isabel Marques da Silva, mais conhecida como Zabé da
Loca, é uma pifeira brasileira. Nasceu em Buíque, Pernambuco. Seu apelido se
deriva do fato de ter vivido por mais de 25 anos em uma loca (ou gruta),
fechada por duas paredes de taipa em um sítio nas proximidades de Monteiro,
Paraíba.
Desde os
sete anos de idade, Zabé é tocadora de pífano, uma flauta rudimentar e
tradicional do Nordeste brasileiro. A artista passou a infância e juventude
trabalhando no campo e fazendo música na cidade de Buíque, agreste de
Pernambuco.
Ao se casar,
mudou-se para o interior da Paraíba, teve três filhos e, em 1966, ficou viúva e
viu sua casa literalmente ruir. A única alternativa foi morar com a família em
uma gruta (uma “loca”, na linguagem da região), cuja entrada tapou com paredes
de taipa e onde passou o seguinte quarto de século. Surgiam dali o apelido e as
condições que talhariam sua música.
Do pife,
Zabé da Loca extrai o som do seu universo paralelo. Descoberta pela mídia em
1995, a artista saiu da caverna. Assentada da Reforma Agrária, sua música – sem
tempo, sem espaço – faz sentido tanto para os tradicionalistas quanto para os
jovens. A pifanista serviu de inspiração em discos de artistas como o
percussionista argentino Ramiro Mussoto e o grupo paraibano Cabruêra.
Em 2003,
gravou seu primeiro CD, Canto do Semi-Árido, com composições próprias e uma
versão de Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.
Apresentou-se
em 2004 no Fórum Cultural Mundial, ao lado de Hermeto Pascoal. Em 2007, gravou
o CD Bom Todo, lançado no ano seguinte no Sesc Pompéia, em São Paulo. Ainda em
2008, recebeu a Ordem ao Mérito Cultural, do Ministério da Cultura. Também foi
eleita "Revelação da Música Brasileira", no Prêmio da Música Brasileira.
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