quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A MENTIRA DE MARINA E A BOTA ORTOPÉDICA DE AÉCIO


Por: Fábio Lau

A verdade sobre Marina teve peso maior do que a mentira
A velha mídia acusou o golpe. Percebeu que ao trocar Aécio Neves, que patinava nas pesquisas, pelo fenômeno Marina Silva (surgido após a tragédia de Eduardo Campos) foi com sede demais ao pote. Imaginava que a onda, ou tsunami Marina Silva, seria avassalador. Que dois meses não seriam suficientes para que o eleitorado recobrasse a consciência e passasse a olhar a candidata e não sua aura santa - produto da "providência divina". Se deu mal.

Nada como um dia após o outro e algumas noites bem dormidas no meio. O furacão Marina ocupou o lugar do tsunami enquanto Aécio, perdido, rodava feito peão em torno de si. Via-se só. Um mês depois, com Marina exposta diante do espelho, nua como viera ao mundo, a ficha caiu. O furacão virou vento, ventania. Até desabrochar em brisa. A velha mídia viu que abandonou o menino das Gerais cedo demais e, precocemente, aventurou-se na candidatura Itaú-Marina. Perdeu o jogo. Não há damas o suficiente no tabuleiro para comer as peças do PT. O jogo acabou.

Se o segundo turno pode se transformar em nova peleja e então tudo poderá acontecer, conforme pregam em forma de oração oráculos das pesquisas, só o tempo dirá. O fato é que a morte da oposição, pelo andar da carruagem e vista aos olhos de hoje, se dará em uma semana ou um mês. Afinal, manter vivo o moribundo é uma obrigação da Ciência.

Marina caiu de quatro não por conta das críticas do PT, conforme se quer fazer crer. Caiu porque jamais esteve de pé. Ela pareceu altiva, inquebrantável porque foi colocada diante da plateia por uma ação do acaso - o que prefere chamar de providência divina. Mas o "acaso" revelou que não tinha estofo para seguir de pé.

Aécio é uma caricatura mal acabada de si mesmo. Herdeiro de um trono jamais ocupado por Tancredo, se enxerga como um predestinado.

Mas haverá de aprender que o país é maior do que as pedras de pés-de-moleque da romântica e aprazível Minas. Pisar no areal destes 8 mil quilômetros de litoral brasileiro não é para qualquer um. Fustigar a floresta que muitas vezes é o inferno verde, pisar no chão ressequido do sertão ou no movediço do pantanal são tarefas ainda mais difíceis para aqueles que não tiraram a bota ortopédica do pé.

Aécio há de aprender. A vida se dispôs a ensinar.


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