Por: Fábio Lau
A verdade
sobre Marina teve peso maior do que a mentira
A velha
mídia acusou o golpe. Percebeu que ao trocar Aécio Neves, que patinava nas
pesquisas, pelo fenômeno Marina Silva (surgido após a tragédia de Eduardo
Campos) foi com sede demais ao pote. Imaginava que a onda, ou tsunami Marina
Silva, seria avassalador. Que dois meses não seriam suficientes para que o
eleitorado recobrasse a consciência e passasse a olhar a candidata e não sua
aura santa - produto da "providência divina". Se deu mal.
Nada como um
dia após o outro e algumas noites bem dormidas no meio. O furacão Marina ocupou
o lugar do tsunami enquanto Aécio, perdido, rodava feito peão em torno de si.
Via-se só. Um mês depois, com Marina exposta diante do espelho, nua como viera
ao mundo, a ficha caiu. O furacão virou vento, ventania. Até desabrochar em
brisa. A velha mídia viu que abandonou o menino das Gerais cedo demais e,
precocemente, aventurou-se na candidatura Itaú-Marina. Perdeu o jogo. Não há
damas o suficiente no tabuleiro para comer as peças do PT. O jogo acabou.
Se o segundo
turno pode se transformar em nova peleja e então tudo poderá acontecer,
conforme pregam em forma de oração oráculos das pesquisas, só o tempo dirá. O
fato é que a morte da oposição, pelo andar da carruagem e vista aos olhos de
hoje, se dará em uma semana ou um mês. Afinal, manter vivo o moribundo é uma
obrigação da Ciência.
Marina caiu
de quatro não por conta das críticas do PT, conforme se quer fazer crer. Caiu
porque jamais esteve de pé. Ela pareceu altiva, inquebrantável porque foi
colocada diante da plateia por uma ação do acaso - o que prefere chamar de
providência divina. Mas o "acaso" revelou que não tinha estofo para
seguir de pé.
Aécio é uma
caricatura mal acabada de si mesmo. Herdeiro de um trono jamais ocupado por
Tancredo, se enxerga como um predestinado.
Mas haverá
de aprender que o país é maior do que as pedras de pés-de-moleque da romântica
e aprazível Minas. Pisar no areal destes 8 mil quilômetros de litoral
brasileiro não é para qualquer um. Fustigar a floresta que muitas vezes é o
inferno verde, pisar no chão ressequido do sertão ou no movediço do pantanal
são tarefas ainda mais difíceis para aqueles que não tiraram a bota ortopédica
do pé.
Aécio há de
aprender. A vida se dispôs a ensinar.
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